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Policiais realizam pente-fino nos locais buscando possíveis terroristas | Punit Paranjpe / Reuters
Policiais realizam pente-fino nos locais buscando possíveis terroristas| Foto: Punit Paranjpe / Reuters
  • Terrorista foi fotografado na estação ferroviária de Mumbai

Após horas de intensa troca de tiros entre as forças de segurança e terroristas em dois hotéis cinco-estrelas de Mumbai, a capital financeira da Índia, nesta quinta-feira (27), agentes e soldados de grupamentos especiais estão realizando uma operação de pente-fino nos locais. Segundo a imprensa local, os terroristas, fortemente armados, estariam entrincheirados em quartos. Ainda não há informações precisas sobre a situação dos reféns no Oberoi e no Taj Mahal. No primeiro, haveria ainda dois extremistas em ação; no segundo, apenas um.

Um grande número de policiais e soldados invadiu na tarde desta quinta-feira (noite no horário local) o hotel Oberoi, onde terroristas fazem dezenas de pessoas reféns após os ataques coordenados desta quarta-feira (26) que deixaram 125 mortos e 300 feridos em dez pontos da cidade, informou a NDTV. Segundo a emissora, o local se transformou em um campo de batalha. Várias explosões foram ouvidas.

O governo da Índia impôs nesta quinta-feira toque de recolher na região central de Mumbai. Autoridades disseram que os terroristas são de fora da Índia e que contaram com cerca de 25 homens na operação na cidade. Imagens nas TVs locais mostram que jovens fortemente armados estão envolvidos nos atentados. Um terrorista preso disse que o grupo que realizou os ataques é de Punjab, província do Paquistão. Gravações interceptadas mostram pessoas conversando em dialeto local.

O primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, afirmou, em um pronunciamento transmitido pela televisão, disse que os ataques foram "bem planejados e bem orquestrados" e "procuraram causar pânico ao visar alvos de grande destaque e matar estrangeiros de forma indiscriminada".

Os extremistas chegaram ao país pelo mar, segundo as investigações preliminares. Barcos foram apreendidos. Foram também apreendidos pentes de fuzil AK-47, granadas e bombas. A Marinha está fazendo buscas de um possível barco-mãe que teria servido como ponto de partida da operação, que está sendo tratada como um 11 de Setembro indiano.

Segundo autoridades, policiais conseguiram resgatar turistas que ainda estavam no Taj Mahal, outro hotel alvejado pelo grupo terrorista, e já não há hóspedes detidos no local. Explosões e tiros foram ouvidos vindo de dentro do edifício centenário, que teve parte de sua cúpula incendiada durante a madrugada. Haveria também reféns - incluindo um rabino - em uma sinagoga da cidade.

Com as ruas da cidade vazias, escolas e universidades sem aulas, a bolsa de valores fechada, e os hospitais cheios de vítimas, a polícia ainda troca tiros com os autores dos ataques. Eles parecem ter os turistas como principal alvo, especialmente americanos e britânicos. Pelo menos seis estrangeiros estão entre os mortos. O Itamaraty afirmou que não há relato de vítimas brasileiras.

"Acho que eles estavam atrás de estrangeiros, pois estavam pedindo passaportes americanos ou britânicos", disse Rakesh Patel, um inglês que mora em Hong Kong e estava hospedado a trabalho no hotel Taj.

Primeiro-ministro indiano diz que autores de ataques não são da ÍndiaA organização muçulmana indiana Deccan Mujahedin reivindicou a responsabilidade pelos atentados, que inauguram uma nova tática na Índia, onde ataques não são incomuns. O primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, afirmou, no entanto, que os autores da série de ataques vieram de fora da Índia. A polícia diz que eles usaram barcos para entrar na cidade.

"Falaremos com nossos vizinhos sobre o uso que os terroristas fazem de seu território para lançar ataques como este", disse o premer em um pronunciamento transmitido por televisões em cadeia nacional.

Dois hóspedes do Taj Mahal que entraram em contato com redes de TV por telefone afirmaram que os extremistas são jovens e, além de armas, carregam granadas. Em declarações a emissoras, um dos terroristas que está no hotel exigiu a libertação de extremistas islâmicos detidos em prisões indianas, mas o governo diz que não está negociando.

"Soltar os mujahedeens e os muçulmanos que moram na Índia não deve ser difícil", disse, por telefone, o homem que se identificou apenas como Sahadullah.

O ataque ao coração financeiro de Bombaim, que atrai milhares de turistas, começou pelo famoso Café Leopold. Os extremistas abriram fogo com armas automáticas e lançaram granadas antes de invadir os hotéis Taj Mahal e Oberoi. Eles também atacaram o hospital Cama, a estação de trem Chhatrapati Shivaji e o albergue Nariman House, onde vivem diversas famílias de judeus.

A maior parte das mortes, entretanto, teria acontecido no terminal ferroviário, onde dois homens dispararam contra passageiros que esperavam por seus trens.

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