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Trabalhadores dos setores público e privado participam de manifestação contra as reformas previdenciárias em Nice, 23 de setembro de 2010 | REUTERS
Trabalhadores dos setores público e privado participam de manifestação contra as reformas previdenciárias em Nice, 23 de setembro de 2010| Foto: REUTERS

Sindicatos franceses iniciam nesta quinta-feira a segunda greve em menos de um mês contra a reforma previdenciária que pode elevar a idade mínima de aposentadoria no país de 60 para 62 anos.

A paralisação começou na noite de quarta-feira em vários trens intermunicipais, deixando alguns passageiros retidos nas estações. A maioria das viagens aéreas e ferroviárias internacionais não foi afetada.

O tráfego ficou lento durante a manhã em diversas cidades. Escolas e outros serviços públicos devem ser afetados. Os sindicatos pretendem realizar manifestações maiores do que nos protestos do último dia 7.

"O número de manifestantes será decisivo para o futuro do movimento", disse François Chereque, dirigente da central sindical CFDT, à rádio RMC. Os protestos do dia 7 reuniram cerca de 2,5 milhões de pessoas, segundo os sindicatos, ou 1,1 milhão, segundo a polícia.

Autoridades aeroportuárias disseram que até metade dos voos foi cancelada em Paris e outras cidades. Mais de metade dos serviços ferroviários foi afetada, e o metrô de Paris funciona com apenas três quartos da capacidade normal.

O ministro do Trabalho, Eric Woerth, disse que o governo não vai desistir da reforma, destinada a conter o déficit do sistema previdenciário. "Se você não reformá-lo, ele simplesmente não será viável, e não seremos capazes de pagar as pensões dos franceses", afirmou ele a jornalistas na quarta-feira.

Outros países europeus, especialmente Grécia e Espanha, devem também ter protestos nas próximas duas semanas contra planos de austeridade fiscal definidos pelos governos por causa do endividamento do estado.

O projeto do governo francês prevê maior contribuição previdenciária dos funcionários públicos e elevação da idade mínima de aposentadoria e da idade para a aposentadoria com salário integral.

A medida penaliza mais quem começa a trabalhar cedo ou faz trabalhos fisicamente exaustivos, e as mulheres que se afastam da carreira para ter filhos e terão de trabalhar até os 67 anos para fazer jus à aposentadoria integral.

A reforma já foi aprovada pelos deputados franceses, e deve ser debatida em outubro no Senado. Uma pesquisa do instituto Viavoice mostrou que 59 por cento dos franceses são contra a elevação da idade mínima de aposentadoria, e 63 por cento apoiam os protestos.

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