Papa beija criança ao chegar à Praça de São Pedro| Foto: Alessandro Bianchi/Reuters

O papa Francisco respondeu a questões importantes que surgiram ao longo do seu primeiro ano no Trono de Pedro, numa longa entrevista publicada ontem pelo jornal italiano Corriere della Sera e pelo argentino La Nación.

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Falando com o diretor do Corriere, Ferrucio De Bortoli, Francisco tratou da importância do papa emérito Bento XVI, afirmou que não compreende a expressão "valores não negociáveis" (é inconcebível que existam "valores negociáveis") e reafirmou que o casamento é entre homem e mulher.

Ele voltou a dizer que o marxismo é uma ideologia falsa, afirmou que ninguém faz mais que a Igreja contra a pedofilia e defendeu a encíclica Humanae Vitae, de Paulo VI.

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Embora a entrevista tenha sido ampla nos temas que abordou, ironicamente, um dos pontos que ganhou mais atenção nas agências internacionais de notícias, foi a disposição do papa de criticar o mito que foi criado em torno de si.

"Gosto de estar entre as pessoas, perto dos que sofrem, de visitar as paróquias. Não gosto de interpretações ideológicas, de uma certa mitologia do papa Francisco", afirmou o sumo pontífice. "Quando dizem, por exemplo, que saio à noite pelo Vaticano para dar comida aos sem-teto na Via Ottaviano. Isso nunca me ocorreu."

"Pintar o papa como uma espécie de super-homem, uma espécie de celebridade, me parece ofensivo. O papa é um homem que ri, chora, dorme bem e tem amigos, como todos os outros. É uma pessoa normal", afirmou.

O pontífice falou ainda sobre suas ligações telefônicas às pessoas que precisam e revelou que conversa todo mês com uma viúva de 80 anos.

A entrevista abordou até o namoro que ele teve aos 17 anos, quando uma menina entrou no seminário. "Eram coisas de jovem. Falei com meu confessor", disse o papa.

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