Teerã - Manifestantes favoráveis e contrários ao governo do Irã voltaram a se enfrentar ontem no funeral de um dos dois mortos durante os protestos da última segunda-feira – os primeiros promovidos por oposicionistas desde a contestada reeleição de Mahmoud Ahmadinejad, em 2009.

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Segundo a tevê estatal iraniana, pessoas que assistiam à cerimônia fúnebre do estudante Sanee Zhaleh, 26 anos, na Universidade de Teerã, entraram em conflito com manifestantes ligados aos "insurgentes’’, que teriam sido expulsos do local aos gritos de "morte aos hipócritas’’.

A participação de Zhaleh nos protestos da segunda-feira é disputada por governo e oposição. Segundo agência oficial, ele era um integrante dos Basij, milícia ligada à Guarda Revolucionária iraniana que teve papel fundamental na repressão às manifestações de dois anos atrás.

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Sites oposicionistas não negam que o estudante fosse um dos Basij – a milícia tem milhões de membros no país –, mas afirmam que ele participou dos protestos do lado dos reformistas. Estima-se que 1,5 mil pessoas tenham sido detidas em consequência dos protestos da segunda.

O site Kaleme afirma que a faculdade de artes da universidade foi tomada por militantes pró-governo logo pela manhã, antes do funeral, e que vários manifestantes antirregime foram presos.

Para especialistas, a luta de ambos os lados para transformar Zhaleh em mártir reflete uma disputa maior por "crédito’’ pelas revoltas no Egito e na Tunísia.

Enquanto o governo afirma que ambas foram inspiradas pela Revolução Islâmica de 1979, a oposição aponta influência do levante de 2009, que foi abafado pela gestão de Ahmadinejad.

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