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Um resistente fungo branco se espalhou "como neve" pelas galerias da caverna de Lascaux, na Dordonha, na França, cujas paredes abrigam uma fabulosa arte pré-histórica. Lascaux é descrita como a Capela Sistina da pré-história. Acredita-se que o fungo tenha vindo com um novo sistema de ar-condicionado, que deveria preservar as preciosas pinturas de 17 mil anos do calor e da umidade exalados pelos visitantes.

Lascaux está fechada para o público em geral — visita-se uma réplica nas imediações — mas ainda assim é muito procurada por arqueólogos e outros estudiosos, e admite visitas especiais programadas.

A importância histórica de Lascaux é considerada incomensurável e qualquer dano às pinturas teria grande repercussão, pois elas são um ícone do desenvolvimento da consciência e da arte. As pinturas são tão modernas que, quando Picasso visitou Lascaux, em 1940, exclamou: "Não inventamos nada".

Alguns especialistas que viram os danos disseram que autoridades francesas têm deliberadamente reduzido a dimensão do estrago por temerem críticas que seriam feitas ao governo por não cuidar direito de um Patrimônio Cultural da Humanidade da Unesco.

O fungo cobriu inteiramente o chão do sistema de cavernas. No entanto, a administração de Lascaux insiste que a infestação está sob controle.

— O fungo apareceu de repente. Todo o chão ficou coberto como se tivesse nevado. Mas somente o piso foi afetado, não há nada nas paredes. Acreditamos que não há risco para as pinturas — disse Jean-Michel Geneste, diretor do Centro Nacional de Pré-História da França.

Segundo a revista americana "Time", algumas autoridades já admitem que o fungo se espalhou por parte das pinturas. O fungo Fusarium solani não é simples de remover e tirá-lo das pinturas pode também afetá-las. Alguns especialistas disseram que os prejuízos podem ser catastróficos se a infestação continuar a se espalhar.

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