Moradores observam o mar em região que recebeu ordem de evacuação por causa da passagem do furacão Dorian perto dos EUA, em Vero Beach, Flórida, 2 de setembro de 2019| Foto: Mark Wilson / Getty Images / AFP

As Bahamas enfrentaram uma catástrofe nacional com a tempestade mais forte já registrada a atingir esta nação insular, a medida que o furacão Dorian arrasava casas, arrancava telhados, inundava aeroportos, destruía carros e transformava passagens estreitas da ilha em mar aberto.

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O primeiro-ministro Hubert Minnis confirmou as primeiras mortes nesta segunda-feira (2), dizendo que pelo menos cinco pessoas morreram e 21 foram feridas na "tragédia histórica". Os números ainda podem aumentar. A Cruz Vermelha afirmou que 13 mil casas foram destruídas parcial ou completamente nas Bahamas.

Em contraste com tempestades rápidas que passam dentro de uma ou duas horas, algumas partes das Bahamas, incluindo as Ilhas Ábaco e a Ilha de Grand Bahama, testemunharam mais de 36 horas de condições brutais. A tempestade praticamente estacionou na região e deve continuar atingindo o norte das Bahamas até a terça-feira. Poucos lugares do planeta já sofreram com tempestades tão terrivelmente longas.

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"As Bahamas estão atualmente em guerra e sendo atacadas pelo furacão Dorian", disse Minnis em entrevista. "E, no entanto, não têm arma à sua disposição para se defender do ataque desse inimigo."

Dorian atingiu as Bahamas com a mais alta intensidade, categoria 5. Desde então, o furacão enfraqueceu levemente e chegou à categoria 4, com ventos de mais de 230 quilômetros por hora ao se afastar da costa, embora a mudança tenha feito pouca diferença para reduzir os danos causados pela forte tempestade e pelos ventos.

No rastro direto da tempestade, ficaram bairros inundados, pilhas de entulhos e ampla destruição. Minnis disse que as cinco mortes confirmadas aconteceram nas Ilhas Ábaco. O aeroporto de Freeport - a segunda maior cidade do país - se transformou em um rio.

Imagens publicadas nas redes sociais mostram um enorme rastro de destruição causado pelo Dorian nas Bahamas. Especialistas relataram ondas de 5 a 7 metros de altura. Um vídeo postado no site do jornal Tribune 242 mostrou a água na altura dos telhados de casas de madeira, com barcos quebrados flutuando em uma água escura, cheia de tábuas, galhos, troncos de árvores e escombros.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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Centenas de voos cancelados

Também em razão da chegada do furacão Doria, centenas de voos foram cancelados nos EUA. De acordo com o site FlightAware, mais de 1.200 voos foram cancelados em cinco aeroportos da Flórida, um da Carolina do Norte, além do de Atlanta, na Geórgia.

A Azul e a Gol anunciaram o cancelamento de 12 voos que sairiam de Brasília e Fortaleza para Miami e Orlando. A Latam optou por adiantar alguns voos e anunciou que flexibilizará as regras de remarcação aos passageiros que tenham voos programados até o dia 4.

Os cancelamentos e fechamentos de parques ocorrem em pleno feriado do Dia do Trabalho nos EUA, período normalmente de alta demanda no país.

Disney fecha parques mais cedo

Funcionários do Walt Disney World informaram nesta segunda-feira (2) que seus quatro parques temáticos encerrarão as atividades nesta terça-feira, 3, a partir das 15h (local, 16h em Brasília) em razão da chegada do furacão Dorian à Flórida. Eles informaram ainda que devem fechar o parque aquático, seus campos de golfe em miniatura e seus restaurantes e lojas da Disney Springs no mesmo horário.

Sua área de acampamento fechará no mesmo horário e ficará sem operar até que o furacão deixe a costa da Flórida. Os hóspedes que estão acampados serão transferidos para outros hotéis da Disney World.

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Estados Unidos em alerta

A tempestade praticamente parou sobre a Ilha de Grand Bahama. Se ela começar a rumar para o norte, a Flórida seria poupada da fúria total de Dorian. Porém, se o furacão Dorian for um pouco mais para o oeste, partes do litoral do estado americano seriam atingidas em cheio pelas tempestades, com consequências mais graves.

O Centro Nacional de Furacões dos EUA emitiu alertas de furacões, marés de tempestades e tempestades tropicais desde a costa atlântica da Flórida até o sudeste da Geórgia, ao norte.

"Embora a previsão seja de que o centro do furacão Dorian se mova paralelamente à costa leste da Flórida, apenas um pequeno desvio da rota em direção ao oeste traria o núcleo do furacão para a costa", escreveu o Centro de Furacões em um boletim na tarde desta segunda-feira.

"Além disso, há previsão de aumento dos ventos do Dorian, o que traria ventos com força de furacão para mais perto da costa leste da Flórida, mesmo que ocorra uma mudança de trajetória."

Alertas de furacão e de marés de tempestades estão em vigor em grandes áreas ao longo da costa leste da Flórida. Marés de tempestades referem-se ao aumento do nível do oceano, causado por tempestades, que provoca enchentes em regiões costeiras.

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"Embora ainda não se saiba o quão perto o olho do furacão Dorian chegará da costa leste da Flórida, a ameaça de ventos e tempestades com risco de vida permanece alta", escreveu o escritório do Serviço Nacional de Meteorologia em Melbourne, Flórida. "Haverá impactos e danos consideráveis nas áreas costeiras, com pelo menos alguns efeitos sentidos no interior também."

É provável que as tempestades tenham graves efeitos no litoral da Geórgia e nas Carolinas do Norte e do Sul na metade e no final da semana, enquanto o Dorian ganha velocidade e segue para o norte, mas também nesse caso os riscos dependem fortemente dos detalhes da trajetória da tempestade.

Um alerta de furacão foi emitido nesta segunda-feira para as costas da Geórgia e da Carolina do Sul. A chegada do furacão nas Carolinas, especialmente na Carolina do Norte, é uma possibilidade considerável para o final da quinta-feira.

Com informações do Washington Post e do Estadão Conteúdo.