Uma onda de saques e violência tomou a capital do Sudão nesta segunda-feira, numa reação de fúria de parte da população à morte do vice-presidente, o ex-líder rebelde John Garang, num acidente de helicóptero. Milhares de sudaneses do Sul do país, alguns com facas e barras de ferro ou madeira, saquearam lojas e entrarem em choque com a polícia. Pelo menos 24 pessoas morreram nos distúrbios - entre elas, policiais.

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- As pessoas estão correndo pelas ruas. A polícia está tirando as pessoas das ruas. Há fogo e fumaça - disse uma testemunha. - Eles estão batendo em qualquer um que eles olhem e pareça árabe.

Imagens de TV mostram homens de origem africana destruindo carros a pauladas, colunas de fumaça subindo na cidade e tropas de choque tomando posições. Pelo menos quatro carros foram incendiados. Lojas também foram atacadas, e o comércio fechou as portas.

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Os sudaneses do Sul que vivem na região da capital deram a Garang tumultuadas boas-vindas quando ele viajou para o Norte, destinado a assumir o posto de vice-presidente, num recém-instalado sistema de poder compartilhado. Eles o viam como o homem que lhes daria voz, numa sociedade em que se consideram marginalizados.

- Há grupos de sudaneses do Sul nas ruas, atacando pessoas e destruindo lojas, mas as áreas dos prédios de governo estão tranqüilas - contou Seif al-Deen Abdallah, um taxista de circulava por Cartum.

Também há rumores de distúrbios no Sul do país, onde o Movimento de Libertação do Povo do Sudão, que Garang liderava, lutou durante 21 anos contra o governo de maioria islâmica em Cartum. Um acordo de paz foi firmado em janeiro.

Garang foi uma figura fundamental num acordo de paz descrito como uma rara história de sucesso nos conflitos da África. Ele morreu no fim de semana, na queda de um helicóptero presidencial de Uganda, em que ele viajava. O acidente foi atribuído a mau tempo.

Seis pessoas que acompanhavam Garang e os sete tripulantes morreram. O helicóptero caiu perto da fronteira de Uganda com o Sudão.

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