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Bill Gates e sua mulher Melinda anunciaram, nesta sexta-feira, que eles gastarão US$ 10 bilhões para desenvolver e entregar novas vacinas ao longo da próxima década. A dupla demonstrou a preocupação de que a recessão global e as diferentes prioridades dos governos possam dificultar os esforços para se controlar doenças em países em desenvolvimento.

A doação foi anunciada no Fórum Econômico Mundial, em Davos. O anúncio representa um aumento de quase US$ 800 milhões no valor que a Fundação Bill & Melinda Gates gasta anualmente com vacinas.

"Esperamos ter algumas rupturas", disse o empresário em uma entrevista nesta semana. O fundador da Microsoft explicou que sua fundação doará dinheiro para que se encontre, por exemplo, uma vacina para a malária.

O dinheiro, somado a um pedido de Gates por investimento contínuo em vacinas de outros doadores, é anunciado em meio a temores da Organização Mundial de Saúde (OMS) e de outros grupos de saúde de que a redução nos financiamentos resulte na piora da distribuição de promissoras novas vacinas. Com isso, doenças como a poliomielite podem se espalhar por novas áreas.

Esses temores são particularmente graves, no momento em que funcionários do setor de saúde começam a produzir novas vacinas para evitar o rotavírus, que causa diarreias graves, e doenças pneumocócicas. Como disponibilizar as novas vacinas é uma preocupação para países em desenvolvimento, muitos dos quais com sistemas de saúde precários e dificuldades para disseminar as vacinas existentes.

Muitos países africanos, por exemplo, não tem o equipamento necessário para manter as vacinas em baixas temperaturas, enquanto elas são transportadas ou estocadas.

Gates disse que, com esse financiamento, sua fundação gastará uma proporção maior de seu orçamento anual em vacinas nos próximos dez anos do que na década anterior. "Por causa do impacto que estamos vendo das vacinas, vamos na verdade gastar uma porcentagem maior com vacinas", explicou.

Com uma dotação de US$ 34 bilhões a Fundação Gates é a maior entidade filantrópica privada do mundo. Desde seu início, há dez anos, a entidade gastou US$ 4,5 bilhões em vacinas, incluindo trabalhos relativos a vacinas para malária, aids e rotavírus.

Nesta semana, Gates divulgou uma carta pública pedindo aos governos que não cortem seu auxílio para o exterior, em um momento de maiores pressões sobre o orçamento e as dívidas dessas nações. Essa ameaça é aumentada, segundo ele, pela prioridade no combate ao aquecimento global, que deve exigir mais dinheiro público dos países ao longo da próxima década. "Eu temo que uma parte desse dinheiro venha da redução de outras categorias de ajuda ao exterior, especialmente na saúde", escreveu.

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