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Guardas tentam fechar o portão do palácio em Cairo | Khaled Desouki/AFP
Guardas tentam fechar o portão do palácio em Cairo| Foto: Khaled Desouki/AFP

Os principais generais do Egito realizaram uma reunião de emergência ontem para discutir a decisão do novo presidente do país, Moha­­med Morsi, de anular a dissolução do parlamento, de maioria islâmica.

No mês passado, os militares do governo provisório do Egito ordenaram a dissolução do parlamento, depois que a Suprema Corte do país determinou que um terço dos parlamentares foi eleito ilegalmente. A decisão de Morsi tem grandes chances de levar a um confronto com os poderosos generais do Egito, que lhe entregaram o poder formalmente em 30 de junho, depois de passarem quase um ano e meio no comando do país após a renúncia de Hosni Mubarak.

A decisão também evidencia a confusão sobre os papéis e poderes das instituições governantes no Egito. A constituição que estava em vigor durante o regime de Mubarak foi suspensa após os protestos populares, sem que uma nova fosse adotada desde então.

O confronto aberto entre os dois lados levará o país a mais um período de instabilidade política. Desde a queda de Mubarak, o Egito já vem sofrendo com o aumento da criminalidade, uma economia enfraquecida e uma série de greves e protestos.

O Conselho Supremo das Forças Armadas está reunido para "analisar e discutir as consequências" da decisão de Mursi, anunciada ontem. Mursi é o primeiro presidente eleito democraticamente no Egito.

O decreto de Mursi, um antigo membro da Irmandade Muçulmana, também prevê a realização de eleições parlamentares dentro de dois meses após a adoção de uma nova constituição para o país, o que não deve ocorrer antes do final deste ano.

Em 16 de junho, os generais anunciaram uma "declaração constitucional" que lhes garante poderes legislativos na ausência do parlamento e retira boa parte da autoridade presidencial de Morsi. A declaração também deu aos generais o controle sobre o processo de elaboração de uma nova constituição e imunidade contra qualquer tipo de supervisão civil. Além disso, os generais se declararam responsáveis pelo orçamento nacional.

Morsi chegou ao poder depois de derrotar por uma pequena margem o ex-primeiro ministro de Mubarak Ahmed Shafiq, no segundo turno das eleições presidenciais, em 16 e 17 de junho.

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