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A Sérvia pode enviar Ratko Mladic a Haia dentro de quatro dias para ser levado a julgamento por acusações de genocídio, disse um funcionário da Justiça na segunda-feira, apesar dos protestos de nacionalistas indignados com a captura do general servo-bósnio depois de passar 16 anos foragido.

Na semana passada, agentes de segurança localizaram o general foragido na Sérvia, na casa de uma fazenda pertencente a seu primo. Com isso, removeram um grande obstáculo à candidatura do país dos Bálcãs ao ingresso na União Europeia.

Sua prisão irritou nacionalistas da Sérvia e a região habitada por servo-bósnios na vizinha Bósnia.

Os advogados de Mladic argumentam que o general de 69 anos, encontrado sozinho e cercado por medicamentos, está mentalmente instável e, portanto, doente demais para ser extraditado para o Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, na Holanda.

O tribunal de Haia indiciou Mladic por genocídio no cerco à cidade de Sarajevo, que durou 43 meses, e pelo massacre de pouco mais de 8.000 muçulmanos em Srebrenica em 1995, durante a guerra da Bósnia (1992-95).

Durante sete anos depois disso, Mladic viveu abertamente em sua casa em Belgrado, capital da Sérvia, e recebeu visitantes com frequência, disse na segunda-feira um amigo dele que mora na mesma rua, Aleksandar Mihailovic.

"Ele viveu normalmente até 2002", disse à Reuters Mihailovic, que construiu a casa de Mladic. "Ele gostava de canções, rakia (uma bebida alcoólica), de comer. Ele era uma pessoa muito normal."

Um tribunal de Belgrado decidiu na sexta-feira que Mladic tem condições de saúde para ir a julgamento e para ser extraditado. O advogado de Mladic, Milos Saljic, disse que pretende recorrer contra a decisão "para prorrogar a extradição ao máximo."

Vladimir Vukcevic, o promotor chefe de crimes de guerra da Sérvia, disse: "Já estive com Mladic e acredito que ele tem condições físicas de enfrentar um julgamento. Agora vamos nos concentrar em trazer à tona a rede inteira de pessoas que o ajudaram."

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