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O genro do rei da Espanha, Iñaki Urdangarin, declarou neste sábado (23) perante o juiz do caso no qual é acusado de fraude fiscal e desvio de verbas públicas que a Casa Real "não assessorou, autorizou ou aprovou as atividades" da ONG supostamente sem fins lucrativos e presidida por ele.

Essa afirmação foi feita por Urdangarin por meio de uma declaração lida ao juiz José Castro, antes de se submeter a suas perguntas. O marido da infanta Cristina depõe pela segunda vez em audiência judicial como acusado por supostas irregularidades na gestão de recursos públicos por parte do Instituto Nóos.

Enquanto o duque de Palma prestava esclarecimentos, cerca de 300 pessoas se manifestavam do lado de fora do tribunal contra a monarquia e a favor da república.

Em seu depoimento, Urdangarin afirmou que a Casa Real lhe recomendou que suspendesse seus contratos com administrações públicas porque não considerava a prática adequada para seu status institucional, e que ele assim o fez.

O genro do rei se referiu aos e-mails entregues recentemente ao juiz por seu ex-sócio no Instituto Nóos, Diego Torres - também acusado no caso -, com os quais tentou vincular a Coroa espanhola neste caso.

"Quero declarar que, como consequência da entrega e divulgação de determinados e-mails e documentação supostamente relacionados com este procedimento, houve nas últimas semanas um deslocamento do foco desta instrução, dos fatos propriamente ditos, para um processo público do pretenso papel da Casa Real nos mesmos", afirmou Urdangarin ao começar sua leitura.

"A este respeito, declaro que a Casa de Vossa Majestade, o rei, não opinou, assessorou, autorizou ou aprovou as atividades que eu desenvolvia no Instituto Noós", acrescentou o duque de Palma.

Urdangarin garantiu que, "pelo contrário", quando a Casa Real teve conhecimento das informações que apontavam para supostas irregularidades em suas atividades, pediu que ele as abandonasse.

O caso Nóos investiga o suposto desvio de milhões de euros de fundos públicos dos governos regionais das ilhas Baleares e de Valência a essa entidade dirigida por Urdangarin e Torres.

Hoje também está convocado a declarar no mesmo caso Carlos García Revenga, secretário pessoal das filhas do Rei, Cristina e Elena, que foi tesoureiro do Instituto Nóos.

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