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Um bombardeio aéreo de forças da Otan matou dez pessoas que participavam de campanhas eleitorais nesta quinta-feira no norte do Afeganistão, disse um porta-voz do governo, enquanto dirigentes das forças da Otan prometiam investigar se de fato houve ataques de suas forças na área.

O presidente afegão, Hamid Karzai, condenou fortemente o ataque, em um comunicado do palácio presidencial.

A ocorrência de vítimas entre civis em meio à luta contra insurgentes islâmicos tem sido motivo de grande tensão entre o presidente Hamid Karzai e seus aliados ocidentais.

O suposto ataque de quinta-feira ocorreu na província de Takhar, uma área relativamente pacífica, perto do Tadjiquistão, segundo um porta-voz do governo local. Há ali pouca atividade do Taliban, que se concentra mais no sul e leste do Afeganistão.

O porta-voz Faiz Mohammad Tawhidi disse que o candidato, Abdul Wahid e alguns de seus seguidores ficaram feridos no bombardeio, que teria incluído dois helicópteros e dois aviões.

Inicialmente o porta-voz informou que seis pessoas morreram, mas depois elevou a cifra para dez. Ele disse ter sido informado sobre os bombardeios por funcionários do setor de segurança.

Um porta-voz da Isaf, força estrangeira sob comando da Otan, disse: "Estamos cientes das acusações, e estamos examinando as operações que têm ocorrido na área."

Não há tropas estrangeiras estacionadas em Takhar, segundo um mapa da Isaf (www.isaf.nato.int), mas unidades alemãs têm sua base em Kunduz, a oeste, e Badakhshan, a leste.

No sudeste do Afeganistão, forças locais e estrangeiras repeliram um ataque a um posto avançado de combate no distrito de Bermel, província de Paktika, perto da fronteira com o Paquistão, matando pelo menos 20 insurgentes em bombardeios, segundo a Isaf.

A violência no Afeganistão está em seu pior nível desde o começo da atual guerra, em 2001 e já ameaça a segurança das eleições parlamentares do próximo dia 18. Nas últimas semanas, quatro candidatos e até 13 cabos eleitorais e simpatizantes foram mortos por supostos insurgentes.

No mês passado, um relatório da ONU assinalou que o número de vítimas entre os civis subiu mais de 31 por cento no primeiro semestre de 2010, em comparação ao mesmo período do ano anterior. Mais de três quartos das mortes foram causadas por insurgentes.

O número de vítimas causadas por "forças pró-governo" caiu dramaticamente, segundo o relatório da ONU, principalmente por causa de uma redução nas mortes provocadas por bombardeios aéreos, após uma revisão das regras militares para esses procedimentos.

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