O governo colombiano e o Exército de Libertação Nacional (ELN), a segunda guerrilha mais importante do país, atrás apenas das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), anunciaram nesta terça-feira que chegaram a um acordo para dar início a um processo de paz.

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Em comunicado conjunto publicado na página oficial da presidência, as duas partes informam que "iniciamos uma fase exploratória de conversações em janeiro de 2014, logo após uma série de contatos e reuniões que aconteceram desde o ano de 2013".

Segundo o comunicado, "o objetivo desta fase exploratória é chegar a um acordo para uma agenda e ao desenho do processo que torne viável o fim do conflito e a construção de uma paz estável e duradoura para a Colômbia".

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O documento diz também que "as delegações concordaram que a agenda de conversações incluirá os pontos de vista das vítimas e a participação da sociedade. Sobre demais temas ainda não chegamos a um acordo".

De acordo com o comunicado, as partes "expressam à Colômbia e à comunidade internacional a vontade recíproca de continuar com a fase exploratória de forma que permita se chegar a um acordo para uma agenda e o estabelecimento de uma mesa de conversações para chegar à assinatura de um acordo final".

Uma autoridade, que pediu para não ser identificada porque não tem autorização para falar com meios de comunicação, disse à Associated Press que governo e ELN têm realizado suas conversas no Brasil e no Equador.

O anúncio foi feito a cinco dia do segundo turno da eleição presidencial colombiana. Segundo pesquisas de opinião, o presidente Juan Manuel Santos pode ser derrotado pelo opositor Oscar Iván Zuluaga.

Trata-se "de uma excelente notícia. Havíamos pedido a conclusão do processo de Havana com a inclusão de outra mesa semelhante com a ELN e isso hoje se tornou realidade", declarou, por telefone, o congressista de esquerda Iván Cepeda, grande entusiasta do processo de paz com as guerrilhas.

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Para Cepeda, o anúncio "é a possibilidade de a Colômbia chegar a uma paz integral com as duas guerrilhas históricas com as quais há um enfrentamento armado há décadas".

A ELN, que foi fundada há quase 50 anos no departamento de Santander, noroeste do país, tem atualmente cerca de 2 mil combatentes em suas fileiras. Seu comandante é Nicolás Rodríguez Bautista, mais conhecido como "Gabino".

Governos anteriores tentaram, sem sucesso, selar a paz com a guerrilha, nascida em 1965. Desde o final de 2012, o governo de Santos e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) mantém um processo de paz com o objetivo de encerrar os 50 anos de confrontos entre as partes.