O governo da República Democrática do Congo (RDC) afirmou neste domingo (17) que o ex-general congolês Bosco Ntaganda, acusado de crimes de guerra pela Tribunal Penal Internacional (TPI), fugiu para Ruanda depois da cisão do M23, grupo rebelde que liderava.

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"Acabamos de saber que o rebelde Ntaganda e cem de seus homens cruzaram a fronteira de Ruanda para render-se às autoridades da República", disse o porta-voz do governo da RDC, Lambert Mende, à imprensa.

"Esperamos que Ruanda, nosso país vizinho, lhe extradite à RDC junto com seus homens, para cumprir assim com o acordo assinado pelos chefes de Estado em Adis-Abeba no último dia 24 de fevereiro", acrescentou.

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Acusação

Ruanda foi acusada em repetidas ocasiões de apoiar os grupos rebeldes que atuam no leste da RDC e, concretamente nos últimos meses, o M23, que em novembro do ano passado realizou uma forte ofensiva que só foi parada às portas da cidade de Goma, capital da província de Kivu do Norte.

"Este é o momento de ver se a República de Ruanda respeita os acordos assinados na Etiópia para contribuir realmente na volta a uma paz duradoura na região", destacou o porta-voz governamental.

O acordo, assinado por 11 líderes africanos em fevereiro, tem o objetivo de pacificar a zona dos Grandes Lagos, imersa em um contínuo conflito há mais de uma década, e inclui o compromisso dos signatários de não dar asilo político aos criminosos procurados pela Justiça internacional.

Ntaganda, um dos líderes do movimento rebelde M23, fugiu depois de uma cisão do grupo, devido à diferença de opiniões dos líderes sobre se devem assinar ou não um acordo de paz com o governo da RDC.

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