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Governo da Arábia pode decapitar apresentador libanês por bruxaria

Médium Ali Sibat foi preso pela polícia religiosa saudita em 2008. Advogada do apresentador apelou para que autoridades poupem a vida de seu cliente

A advogada de um médium libanês e apresentador da televisão, que foi condenado na Arábia Saudita por bruxaria, disse nesta quinta-feira que seu cliente poderá ser decapitado nesta semana e fez um apelo aos líderes do Líbano e da Arábia Saudita a que ajudem a poupar a vida dele.

A advogada libanesa May Al-Khansa disse ter sido comunicada por uma fonte do judiciário saudita que o médium Ali Sibat deverá ser decapitado na sexta-feira. Ela acrescentou que não teve nenhuma confirmação oficial sobre a possível execução do seu cliente. Funcionários do judiciário saudita não puderam ser encontrados para comentar o caso.

Um funcionário libanês afirmou que Beirute não recebeu nenhuma informação na sua embaixada na Arábia Saudita sobre a possível execução de Sibat. O funcionário falou sob anonimato, porque não está autorizado a falar com a imprensa.

O sistema judiciário saudita, que é baseado na lei islâmica, não define claramente a acusação de bruxaria.

Sibat é uma das várias pessoas presas a cada ano na Arábia Saudita sob as acusações de praticarem feitiçaria, bruxaria, magia negra e adivinhação. Essas práticas são consideradas politeístas pela Sharia, a lei islâmica aplicada na Arábia.

Mais tarde nesta quinta-feira, uma dezena de pessoas protestaram em frente à embaixada da Arábia em Beirute.

A advogada Al-Khansa disse que pediu ao rei da Arábia Saudita, Abdullah, que perdoe Sibat, um libanês muçulmano de 49 anos e pai de cinco filhos. Ela disse que também está em contato com as autoridades libanesas sobre o caso. Ela afirmou que Sibat não praticou a adivinhação na Arábia, não é cidadão saudita, não vive no reino da Arábia e deveria por isso ser deportado ao invés de ter sofrido um julgamento. Sibat praticou a adivinhação a partir de Beirute e sua atividade foi transmitida por um canal de televisão a cabo para o mundo árabe. Ele foi preso pela polícia religiosa saudita durante uma peregrinação que fez à cidade santa de Medina em maio de 2008 e sentenciado à morte em novembro do ano passado.

"Ali não é um criminoso. Ele não cometeu um crime ou fez qualquer coisa vergonhosa", disse a advogada Al-Khansa. "O mundo deveria ajudar a resgatar um homem que tem cinco filhos, uma esposa e uma mãe que está muito doente", ela disse. Ela afirmou que a saúde da mãe de Sibat piorou após o filho dela ter sido condenado à morte.

A Human Rights Watch, entidade de defesa dos direitos humanos sediada em Nova York, pediu ao governo da Arábia que revogue a sentença de morte sobre Sibat, e também pediu que o reino árabe suspenda "o uso crescente das acusações de bruxaria, que são vagamente definidas e usadas arbitrariamente".

Em 2 de novembro de 2007, o farmacêutico egípcio Mustafá Ibrahim foi decapitado na capital saudita, Riad, após ter sido condenado por ter tentado "através da bruxaria" separar um casal, disse a Human Rights Watch.

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