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O governo de facto de Honduras conclamou nesta segunda-feira o Congresso a votar rapidamente a restituição do presidente deposto Manuel Zelaya, o que é essencial para encerrar a crise aberta pelo golpe de Estado que há mais de quatro meses divide o país.

O apelo, que também tem sido feito por Zelaya desde a semana passada, ocorreu horas depois de o presidente do Congresso, José Alfredo Saavedra, declarar que não há data para a votação, já que os deputados ainda estão fazendo consultas para se posicionar.

Após várias rodadas de negociações, e com o apoio da Organização dos Estados Americanos (OEA) e dos Estados Unidos, Zelaya e seu principal rival, o presidente de facto Roberto Micheletti, aceitaram no final de outubro formar um governo de unidade nacional. Ambos concordaram que caberia aos deputados decidirem sobre a volta do presidente deposto ao poder.

Atualmente, o Congresso está em consultas com a Justiça e o Ministério Público sobre a volta de Zelaya.

"Com todo o respeito, mas com energia, exigimos o cumprimento desse ponto (a votação parlamentar) e exigimos que o Congresso tome a decisão (...) sobre o 'não' ou o 'sim' à restituição do sr. Zelaya Rosales", disse em entrevista coletiva Vilma Morales, porta-voz da delegação de negociação do governo de facto.

Zelaya, deposto em 28 de junho por causa das suas manobras para disputar um novo mandato, voltou clandestinamente a Honduras em setembro, e desde então está refugiado na embaixada do Brasil.

Micheletti diz que não cabe a ele permitir a volta de Zelaya ao governo, e que o presidente deposto deve responder na Justiça às 18 acusações que pesam contra ele.

Saavedra não disse quando poderá ocorrer a votação nem quando devem terminar as consultas à Corte Suprema e à procuradoria-geral.

Pelo cronograma aceito pelas partes, o governo de unidade deveria ter sido formado na quinta-feira passada. O Conselho Permanente da OEA deve discutir o assunto na terça-feira.

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