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As autoridades da Grécia ignoraram um relatório dos serviços secretos que vinculava o dirigente neonazista Yannis Lagos, atualmente preso, com crimes como tráfico de mulheres, prostituição e posse ilegal de armas, revelou nesta terça-feira (1º) o jornal Ta Nea.

O relatório foi preparado no início de 2012 pelo serviço secreto grego (EYP), mas foi arquivado assim que Lagos foi eleito deputado do Parlamento em junho do ano passado.

Segundo o artigo, tanto a cúpula do EYP como o Ministério da Ordem Pública tinham conhecimento do acompanhamento que era feito do Amanhecer Dourado, mas decidiram não agir contra seus membros, apesar das evidências de que participavam de atividades criminosas.

Lagos é considerado um dos dirigentes neonazistas mais importantes em relação com o caso do assassinato do cantor de hip-hop Pavlos Fyssas no dia 18 de setembro, pois ele era a ligação entre o líder do partido, o ex-militar Nikolaos Michaloliakos, e o grupo Amanhecer Dourado do bairro de Nikea, do qual o assassino confesso do rapper, Giorgos Roupakias, é acusado de pertencer.

Após a quebra do sigilo telefônico dos dirigentes neonazistas foram descobertas chamadas de Roupakias para o secretário da organização em Nikea, Giorgos Patelis; e de Patelis para Lagos e de Lagos para Michaloliakos, logo após o assassinato.

Segundo a promotoria, isso mostra que dentro do Amanhecer Dourado existia uma estrita "hierarquia" e uma rede de comando clara.

O auto de acusação indica que Michaloliakos era considerado o "Führer" dessa "organização criminosa" e suas ordens eram inquestionáveis.

No ano passado, a Agência Efe entrevistou Lagos e Patelis na sede do Amanhecer Dourado em Nikea, depois que vários empresários paquistaneses do bairro denunciaram que membros do partido neonazista ameaçaram queimar seus negócios se não deixassem o país.

Durante a entrevista, os dois negaram participação em atividades ilegais, mas Patelis reconheceu que os chamados "camisetas negras", a força de choque da organização, eram enviados para "proteger os moradores dos imigrantes", mas somente a pedido dos interessados.

A promotoria os acusa agora de vários atos violentos, lavagem de dinheiro e 10 mortes em grau de comissão ou tentativa, entre elas a de Fyssas e de vários imigrantes.

No total, foram emitidas 32 ordens de prisão, das quais 22 foram efetuadas, e atualmente permanecem presos 6 deputados - inclusive Michaloliakos e Lagos -, outros 14 membros do Amanhecer Dourado e dois oficiais de polícia.

Hoje, quatro deputados - entre eles Lagos - e outros três membros da organização estarão à disposição da Justiça. Os outros detidos devem prestar depoimento entre amanhã e quinta-feira.

Segundo informações da imprensa grega, os deputados neonazistas negarão as acusações e se apresentarão como alvo de perseguição política.

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