O ministro porta-voz do governo grego, Simos Kedikoglu, descartou neste sábado a convocação de eleições gerais antecipadas se o grupo parlamentar Aurora Dourada renunciar em bloco por causa da detenção da cúpula da organização neonazista.

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Kedikoglu fez essas declarações ao canal de televisão "Mega" perante os crescentes rumores que os parlamentares neonazistas poderiam renunciar a suas cadeiras de deputado.

A legislação grega prevê que, em caso de renúncia de um deputado, o seguinte na lista eleitoral seja eleito automaticamente, mas se os substitutos também renunciam ao cargo, deveriam ser convocadas eleições para a renovação das cadeiras vagas em suas respectivas circunscrições.

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O Aurora Dourada alcançou 6,9% dos votos nas últimas eleições, o que lhe valeu 18 cadeiras no Parlamento, praticamente todas eles procedentes circunscrições muito povoadas como Atenas, Salônica e Pireo.

Isto faria com que boa parte do país precisasse participar de novas eleições, mas só para escolher 18 deputados dos 300 que formam o plenário.

Nesta semana, o líder do Aurora Dourada, Nikolaos Mijaloliakos, detido neste sábado, assegurou que sua formação "usará todas as disposições legais" a seu alcance para defender-se.

Kedikoglu explicou que, em caso de renúncia dos deputados neonazistas, se iniciarão "os procedimentos previstos na Constituição e na lei eleitoral" e negou que isso vá representar a convocação de eleições antecipadas, já que só seria realizada uma eleição parcial.

Quanto à detenção de deputados e dirigentes deste partido de extrema direita, acusado de ter criado uma organização criminosa, o porta-voz do Executivo disse que "a República tem instrumentos para sua proteção" e pediu que se deixe "a Justiça fazer seu trabalho".

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As ordens de prisão contra os dirigentes do Aurora Dourada, muitos deles deputados, puderam ser emitidas porque a câmara aceitou suspender-lhes a imunidade para permitir a investigação do assassinato do cantor Pavlos Fyssas por um militante do partido.

Trata-se da primeira ocasião desde a queda da ditadura (1967-1974) em que membros do Parlamento são detidos na Grécia.