Insurgentes, possivelmente ligados à rede Al-Qaeda, explodiram nesta quarta-feira dois minaretes de uma importante mesquita xiita na cidade de Samarra, de maioria sunita. O local foi bombardeado no ano passado, em um ataque que deflagrou a onda de violência sectária que desde então assola o país. Temendo mais derramamento de sangue, o governo unciou um toque de recolher em Bagdá a partir das 8h (horário de Brasília). (Saiba mais sobre o ataque contra a mesquita em 2006)
O primeiro ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, culpou os sunitas islâmicos ligados à Al-Qaeda e os seguidores de Saddam Hussein pelo ataque. Em declarações à televisão estatal, Maliki disse acreditar que outras mesquitas poderiam ser atacadas e informou que havia solicitado reforço da segurança ao redor dos templos.
O premier disse ainda que havia ordenado a detenção de todas as forças de segurança responsáveis por proteger a mesquita.
"Peço a todos que permaneçam juntos contra aqueles que quiserem avivar as disputas", disse Maliki.
Para uma autoridade de alto escalão do governo iraquiano, o ataque à Mesquita Dourada é "péssima notícia para o Iraque". Militares norte-americanos expressaram preocupação e afirmaram estar monitorando os eventos. Líderes religiosos também condenaram a ação.
"Este é um ato criminoso, que busca criar conflito sectário", disse à Reuters Saleh al-Haidari, diretor de um importante órgão religioso do Iraque. Templo era vigiado desde o ano passado
Não está claro como os minaretes explodiram, mas moradores contaram que houve confrontos na área, antes da explosão, entre homens armados e a polícia. Uma forte explosão aconteceu às 9h (2h de Brasília) e derrubou um dos minaretes do templo, segundo as fontes. Antes do atentado, bombas também caíram no local.
A Mesquita Dourada é um dos quatro mais importantes santuários xiitas do Iraque. O bombardeio do ano passado, que destruiu o famoso domo dourado da mesquita, mas não havia danificado os minaretes, foi um marco na violência no Iraque, provocando violentos confrontos que mataram dezenas de milhares de pessoas e deixaram o país à beira de uma guerra civil.
O atentado aconteceu em 22 de fevereiro de 2006, quando tropas iraquianas passaram a vigiar o local. As forças de segurança ainda não sabem como os autores do atentado conseguiram penetrar no templo para colocar a carga explosiva, provavelmente de dinamite, segundo as fontes.
Após o ataque de 2006, o governo do primeiro-ministro xiita Nouri al-Maliki responsabilizou sunitas infiltrados no templo. Um homem, com supostos vínculos com a Al-Qaeda, foi detido acusado de participar do ataque e executado.