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Presidente argentino, Mauricio Macri votando durantes as eleições legislativas primárias neste domingo (13), em Buenos Aires | JUAN VARGAS/AFP
Presidente argentino, Mauricio Macri votando durantes as eleições legislativas primárias neste domingo (13), em Buenos Aires| Foto: JUAN VARGAS/AFP

O governo do presidente Maurício Macri saiu vitorioso nas primárias para as eleições legislativas, que ocorreram neste domingo (13), na Argentina. A votação oficial ocorre em 22 de outubro e renovará um terço do Senado e metade do Congresso. 

Na disputa pelo Senado na província de Buenos Aires, a mais importante da eleição por representar o maior colégio eleitoral do país, Esteban Bullrich e Cristina Kirchner apareciam quase empatados com 95,25% dos votos apurados. O ex-ministro tinha 34,21% dos votos, contra 34,10% da ex-presidente.  

Cristina Kirchner discursou por volta das 3h30 desta segunda-feira (14), em Buenos Aires, antes do fim da contagem de votos, e declarou que venceu a eleição. A centenas de apoiadores, a candidata condenou a demora na apuração.  

Por outro lado, o macrismo mostrava-se à frente na capital e em outras províncias importantes, como Córdoba, onde o governador kirchnerista, Juan Schiaretti, foi o primeiro a reconhecer a derrota. A aliança Cambiemos se mostrava adiante também em Santa Fe, Neuquén e Mendoza.  

Os números sugerem que essa força política poderia superar o peronismo a partir de outubro, se os mesmos resultados desta noite se confirmarem então.  

No bunker de seu partido na capital argentina, Macri disse que venceram o preconceito de que seu governo não conseguiria avançar.  

"Esses 19 meses foram difíceis e as consequências da mudança ainda não chegaram a todos os argentinos, mas vão chegar. Obrigado por acreditarem", declarou, para na sequência militantes dizerem "não voltarão", em referência ao kirchnerismo. 

A diferença de ânimos nos dois "bunkers" começou a ser visível a partir das 20h30. Apesar de Cristina ter chegado sorrindo e acenando para os militantes que a esperavam no estádio do Arsenal, de Sarandí, no conurbano bonaerense, não quis dar declarações e foi direto para a parte reservada acompanhar os resultados. 

Logo, quando os rumores de que a vitória do governo parecia cada vez mais certa, o local começou a esvaziar-se, restando apenas alguns militantes do lado de fora, que ainda dançavam e consumiam comida das bancas armadas para a festa. 

Discursos

Já no comitê da aliança Cambiemos, em Costa Salguero, na parte nobre da capital, diversas figuras do governo começaram então a aparecer e a dar discursos entusiasmados. 

A militância compareceu em massa e gritavam "sim, se pode", enquanto voltaram a voar os globos de plástico coloridos que sempre acompanham as festas da agrupação. 

A primeira a falar foi Elisa Carrió, cujos dados preliminares apontavam como grande vencedora na disputa para deputados na capital, com mais de 20 pontos percentuais de diferença com relação ao kirchnerista Daniel Filmus. 

Depois, veio a vice-presidente, Gabriela Michetti, que afirmou que os resultados deste domingo mostravam "que a Argentina quer seguir mudando e não voltará mais ao passado". 

Bullrich subiu, então, ao palco e agradeceu, dizendo que o resultado é só uma demonstração "das outras mudanças que vamos começar a fazer a partir de outubro, através de mais educação e mais segurança". Bullrich ocupava o cargo de ministro da Educação desta gestão. 

A governadora da província de Buenos Aires, Maria Eugenia Vidal, deu um discurso emotivo, dizendo ter levado pela primeira vez sua filha a votar, e que foi "apoiada todo o tempo por aqueles que sabem que estamos no caminho correto para melhorar nosso país". 

Votação 

O presidente Maurício Macri votou pela manhã, num colégio em Palermo. Como de hábito, levou bandejas com "medias-lunas" para jornalistas e eleitores. Disse que estava "tranquilo e contente" com a normalidade da votação e com o sol, que por fim saiu em Buenos Aires após uma semana de chuvas.  

Já Cristina, que concorre pela província de Buenos Aires, mas tem seu registro eleitoral em Santa Cruz, no sul do país, preferiu não votar e ficar em sua casa da capital, no bairro da Recoleta.  

Alegou que não daria tempo para ir e voltar a Buenos Aires a tempo do ato com a militância programado para o estádio Arsenal, de Sarandí. Por meio das redes sociais, disse que tinha preferido ficar com o neto, Néstor Iván, "vendo desenhos" no iPad e "acompanhando a votação".  

Membros do governo Macri criticaram a decisão da ex-presidente de não votar. "Ela terá de explicar isso", disse o chefe de gabinete, Marcos Peña.

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