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O eleitorado quirguiz aprovou em referendo a criação da primeira democracia parlamentar da Ásia Central, conforme resultados oficiais divulgados na segunda-feira. A Rússia disse que o resultado pode propiciar a tomada do poder por extremistas na turbulenta ex-república soviética.

Pelo menos 294 pessoas, possivelmente centenas mais, foram mortas neste mês numa onda de violência entre membros das etnias quirguiz e uzbeque no sul do Quirguistão, um país pobre, mas estrategicamente importante, onde há bases militares da Rússia e dos EUA.

O referendo de domingo foi convocado depois da rebelião popular que derrubou o presidente Kurmanbek Bakiyevk, em abril. Os resultados oficiais indicam que, depois de apuradas 99,6% das 2.319 seções eleitorais, 90,6% dos eleitores aprovaram a nova Constituição, que levará a uma eleição parlamentar em outubro. O comparecimento foi de 69%.

O presidente da comissão eleitoral, Akylbek Sariyev, disse que o resultado final será divulgado em dois ou três dias, quando as cédulas forem todas recolhidas. Os resultados preliminares se baseiam em totalizações transmitidas eletronicamente de centros regionais para Bíshkek, a capital.

Antes da divulgação dos resultados, a presidente interina Roza Otunbayeva disse que o Quiriguistão está no caminho de criar "uma verdadeira democracia popular".

A Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) disse que o referendo foi transparente e que o comparecimento elevado às urnas sinaliza a resiliência dos cidadãos quirguizes.

Monitores da OSCE apontaram algumas falhas que precisam ser corrigidas nas eleições parlamentares de outubro - que, pela nova Constituição, devem se repetir a cada cinco anos.

Os EUA e a Rússia dizem apoiar a criação de um governo forte para impedir que a instabilidade se espalhe pela Ásia Central, uma região fronteiriça com o Afeganistão, que faz parte de importantes rotas do narcotráfico, e que tem sido governada por presidentes autoritários em todos os seus países.

"Esperamos que este seja um passo efetivo na direção de um governo estável e democrático. Saudamos o processo calmo e ordeiro, mas aguardamos os resultados finais das urnas", disse um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA no domingo.

O presidente russo, Dmitry Medvedev, alertou que o sistema de governo resultante do referendo pode eventualmente levar à dissolução do Quirguistão.

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