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A Síria reconheceu pela primeira vez nesta segunda-feira (23) que tinha armas químicas e biológicas, dizendo que elas poderiam ser usadas se o país enfrentasse intervenção estrangeira.

A pressão internacional sobre o presidente Bashar al-Assad tem aumentado dramaticamente na última semana com uma ofensiva rebelde nas duas maiores cidades e um ataque a bomba devastador que matou quatro membros de seu círculo íntimo em Damasco.

Forças de Assad lançaram contra-ofensivas ferozes, refletindo sua determinação de se manter no poder mesmo com grande custo, e ele rejeitou uma oferta árabe para lhe conceder uma saída segura em troca de uma renúncia rápida.

O porta-voz do Ministério de Relações Estrangeiras Jihad Makdissi disse que o Exército não usaria armas químicas para esmagar os rebeldes, mas elas poderiam ser usadas contra as forças de fora do país.

"Quaisquer armas químicas ou de bactérias nunca serão usadas ... durante a crise na Síria, independentemente dos desdobramentos", disse Makdissi.

"Essas armas estão armazenadas e protegidas por forças militares sírias e sob a sua supervisão direta e nunca serão usadas a menos que a Síria enfrente uma agressão externa."

Convenção

Damasco não assinou uma convenção internacional de 1992 que proíbe a utilização, produção ou estocagem de armas químicas, mas oficiais, no passado, negaram que tinham qualquer estoque.

Conforme a violência aumenta na Síria, os insurgentes disseram que temem que as forças de Assad vão recorrer a armas não-convencionais na busca por retomar as conquistas dos rebeldes em todo o país.

Países ocidentais e israelenses também manifestaram temores de que as armas químicas poderiam cair nas mãos de grupos militantes à medida que a autoridade de Assad diminui.

Desafiando os chanceleres árabes, que no domingo ofereceram a Assad uma "saída segura" se ele renunciasse rapidamente, o líder sírio travou um contra-ataque na capital para derrotar os rebeldes distrito por distrito.

Makdissi condenou os pedidos para que a Assad renuncie na reunião de chanceleres árabes no Catar no fim de semana, chamando de "intervenção flagrante" nos assuntos internos da Síria.

Os ministros da Liga Árabe reunidos em Doha exortaram a oposição e o Exército Sírio Livre, dos rebeldes, a formar um governo de transição, disse o primeiro-ministro do Catar, xeque Hamad bin Jassim al-Thani, em entrevista coletiva em Doha.

Nesta segunda-feira, o Exército bombardeou as forças rebeldes na cidade de Aleppo, ao norte, e invadiram o bairro de Nahr Aisha, na parte sul de Damasco, invadindo lojas e casas e queimando alguns deles, disseram ativistas.

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