• Carregando...
José Graziano (esquerda) cumprimenta Jacques Diouf, do Senegal, após ser eleito para sucedê-lo na direção da FAO | Andreas Solaro/FAO
José Graziano (esquerda) cumprimenta Jacques Diouf, do Senegal, após ser eleito para sucedê-lo na direção da FAO| Foto: Andreas Solaro/FAO

A agência da ONU

O brasileiro José Graziano assumirá em janeiro a direção da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

Missão

- Coordenar esforçosinternacionais para acabar com a fome no planeta.

Atribuições

- Apoio a países em desenvolvimento na modernização da agricultura, pesca e silvicultura e erradicação da fome; negociação de acordos e debate de políticas; monitoração dos preços dos alimentos.

Diretor-geral

- Jacques Diouf, 72 anos, já foi secretário de Estado e embaixador do Senegal. Foi eleito para a chefia da FAO pela primeira vez em 1993 e termina neste ano seu terceiro mandato consecutivo.

Orçamento

US$ 1 bilhão (R$ 1,6 bilhão)

191

É o número de países-membros.

Sede

Roma, na Itália.

3.641

É o total de funcionários.

Fonte: Folhapress

Roma - Um dia após ser eleito para co­­mandar a agência da ONU para Agricultura e Alimentação (FAO), o brasileiro José Graziano trouxe previsões não muito animadoras sobre o futuro dos preços dos alimentos. Segundo ele, o cenário atual de valores exorbitantes "não é um desequilíbrio temporário", e os preços devem permanecer elevados "por vários anos".

"Enquanto a situação financeira mundial não se estabilizar, os preços dos bens de primeira necessidade vão refletir isso", disse Graziano, em entrevista à im­­prensa, em Roma. Ele, contudo, prometeu ajuda aos países mais afetados pelos altos preços das commodities.

Graziano aproveitou o mo­­men­­to para condenar o monopólio das multinacionais sobre as sementes, "que são um bem da hu­­manidade", e para defender o etanol brasileiro.

A cana de açúcar produzida no Brasil para o eta­­nol não entra em competição com a produção de grãos e não tem impactos ambientais", disse.

Ele ainda tentou minimizar os temores de um racha na FAO en­­tre os países do Sul e do Norte após a acirrada votação do domingo. "Devemos alcançar um acordo mí­­nimo para não paralisar a organização", disse, reconhecendo que há "divergências profundas" entre os dois grupos.

As nações que financiam os projetos da FAO apoiavam, em grande parte, o espanhol Miguel Ángel Moratinos, ex-ministro de Relações Exteriores, que perdeu por 88 votos.

Durante anos, a FAO foi uma das agências de menor destaque da ONU. Agora, contudo, a segunda alta recorde dos preços dos alimentos em quatro anos a colocou em evidência no cenário internacional.

Na semana passada, a organização recebeu um papel fundamental na implementação dos planos das 20 maiores economias do mundo (G-20) para melhorar a transparência no mercado mundial de alimentos.

Reconhecimento

No programa "Café com a Pre­­sidenta", Dilma Rousseff reforçou a ideia de que a vitória de Graziano foi um "reconhecimento" do papel do Brasil no combate à fo­­me. "O governo brasileiro de­­monstrou, nas suas políticas, que é preciso que o alimento chegue a todos", afirmou.

A presidente afirmou que Gra­­ziano terá "todo o apoio do governo brasileiro" para levar soluções para o órgão.

Segundo o Itamaraty, ainda é cedo para saber como será essa ajuda e se haverá um apoio do quadro de diplomatas para compor a equipe de Graziano. Ele terá até dezembro para formar o gabinete, e estaria preocupado em não ofuscar o senegalês Jacques Diouf, enquanto este estiver no posto. O brasileiro assume em 1.º de janeiro de 2012.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]