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Casal em acampamento montado no centro de Atenas, em protesto convocado por meio do Facebook contra as medidas de austeridade propostas pelo governo grego | John Kolesidis/Reuters
Casal em acampamento montado no centro de Atenas, em protesto convocado por meio do Facebook contra as medidas de austeridade propostas pelo governo grego| Foto: John Kolesidis/Reuters

Rejeição

Maioria dos eleitores gregos contra as novas medidas

O eleitorado grego se opõe veementemente às medidas de austeridade que precisam ser aprovadas no Parlamento na próxima semana para evitar um calote, mostrou uma pesquisa divulgada ontem.

A pesquisa colocou a oposição 2,1 pontos porcentuais acima do partido Pasok, do primeiro-ministro George Papandreou, e mostrou que três quartos dos gregos são contra a política de aumento de impostos e o corte de gastos.

Se os deputados não aprovarem as medidas, a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmaram que não vão liberar a parcela de 12 bilhões de euros que Atenas precisa para continuar com dinheiro nos próximos dias.

Papandreou, que conseguiu um voto de confiança nesta semana no Parlamento, demitiu seu ministro das Finanças e nomeou o adversário político Evangelos Venizelos para o posto com a missão de vender o plano de austeridade de cinco anos para o eleitorado.

De acordo com Venizelos, o plano e outras leis que o acompanham serão aprovados até 30 de junho. Mas, em sinal de incerteza sobre a votação, um deputado governista do Pasok disse que é contra o pacote de impostos maiores, cortes de gastos e privatizações.

"As lojas estão fechando a cada dia e nós estamos tomando medidas anticrescimento", disse Thomas Robopoulos, um dos poucos empresários dentro do Parlamento.

O principal partido de oposição, Nova Democracia, disse que votará contra o plano, embora o líder do partido, Antonis Samaras, tenha afirmado que apoiaria algumas medidas. Ele concorda com o governo sobre privatizações.

Reuters

  • Confira o novo pacote de ajuda da União Europeia e FMI à Grécia

Os países da União Europeia confirmaram à Grécia que fecharão um segundo pacote de resgate ao país, o que está condicionado à apro­­­vação pelo Parlamento grego do novo plano de austeridade, na próxima semana.

O governo grego está confiante em que os parlamentares vão apoiar o plano de cortes de gastos e aumento de impostos, que recebeu o aval dos europeus e do Fundo Monetário Internacional (FMI).

O primeiro-ministro grego, George Papandreou, disse ontem que o novo empréstimo será "similar" ao primeiro, que foi fechado em 110 bilhões de euros (R$ 249,7 bilhões).

"O apoio dos líderes europeus foi concedido porque reconhecem o esforço e os sacrifícios dos gregos. Sabem que estamos fazendo tudo o que podemos", ressaltou o premiê, ao final da cúpula de líderes da União Europeia.

O mercado financeiro, no entanto, teme que o Parlamento grego negue o plano de austeridade, que foi apresentado hoje aos parlamentares, mas só deve ser votado na quarta ou quinta-feira.

Por causa da ceticismo do mercado, a cotação do euro bateu no fundo do poço ontem. Na comparação com o franco suíço, a moeda comum europeia perdeu 0,7% do seu valor, depois de bater a menor cotação já registrada ao longo do dia.

A queda do euro também esteve relacionada ao temor de que bancos italianos possam sofrer contágio da crise grega, principalmente por causa da exigência alemã de dividir com os bancos privados parte da fatura do segundo resgate.

A chanceler alemã, Angela Merkel, reconheceu que os países europeus concordam com a necessidade de uma segunda ajuda à Grécia, mas que o pacote deve incluir a participação "voluntária do setor privado", assim como a de governos.

A expectativa do mercado era de que o novo pacote somasse 120 bilhões de euros, dos quais 30 bi­­lhões de euros viriam da participação privada. Essa participação dos investidores será a troca de títulos da dívida grega por papéis de mais longo prazo quando o vencimento estiver próximo.

Segundo fontes da UE, o novo pacote de resgate incluirá 30 bilhões de euros em rolagem de bô­­nus gregos por investidores privados, 30 bilhões em vendas de ativos estatais gregos e o restante em novos empréstimos da UE e do FMI. "A nova linha será similar em valor" à primeira, informou Pa­­pan­­dreou.

Apesar das dificuldades, Papandreou disse estar otimista. "Nós temos o apoio dos nossos parceiros porque eles reconhecem os sacrifícios do povo grego. Nós estamos tentando tudo o que podemos para colocar a nossa casa em ordem", declarou Papandreou.

"O senso de responsabilidade nacional vai reinar na votação parlamentar", disse Papandreou quan­­­do indagado se ele espera que todos os 155 deputados socialistas, aliados ao governo, apoiem o pacote na Casa, que tem 300 assentos.

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