Grécia, Reino Unido e Itália confirmam morte de seus reféns na Nigéria

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Os ministérios de Relações Exteriores britânico, italiano e grego confirmaram neste domingo (10) o assassinato de três de seus cidadãos, de um total de sete que foram sequestrados em 16 de fevereiro na Nigéria.

O ministro britânico de Relações Exteriores, William Hague, disse neste domingo que "com grande tristeza, devo confirmar que um trabalhador britânico, sequestrado na Nigéria desde 16 de fevereiro, foi muito provavelmente assassinado por seus sequestradores, junto com outros seis estrangeiros que achamos que também foram tragicamente assassinados", afirmou Hague.

O ministro condenou "categoricamente" os fatos e os terroristas ao mesmo tempo em que agradeceu o governo nigeriano "pela total ajuda e colaboração".

O Ministério das Relações Exteriores da Itália confirmou também o assassinato dos capturados, entre os quais se encontrava um italiano.

Em comunicado, o departamento das Relações Exteriores italiano disse que as verificações efetuadas em coordenação com o resto de países implicados levam a considerar que as notícias das últimas horas sobre o assassinato dos reféns "têm fundamento".

O Ministério expressou seu pêsame e transmitiu solidariedade e afeto à família de seu compatriota falecido, Silvano Trevisan.

A Grécia, também através de seu Ministério das Relações Exteriores, confirmou o assassinato dos sequestrados, entre eles um grego.

O Ministério expressou seu pêsame e sua solidariedade à mãe do falecido.

Em 16 de fevereiro, um grupo de desconhecidos atacou as instalações da companhia libanesa SETRACO na cidade de Comer, no estado setentrional nigeriano de Bauchi, onde a empresa está construindo uma estrada.

Os atacantes mataram um guarda e sequestraram sete trabalhadores, quatro deles libaneses, um grego, um italiano e um britânico.

Em 18 de fevereiro, o grupo radical islâmico Ansaru disse ser o responsável pelo sequestro dos sete estrangeiros.

Nas últimas horas, este grupo tinha reivindicado o assassinato dos reféns em um vídeo divulgado na internet, assegurando que tinham matado os trabalhadores após uma tentativa de resgate realizada pelas forças militares nigerianas.

Os terroristas, segundo o vídeo, tinham advertido previamente que toda tentativa de libertação colocaria em perigo a vida dos reféns.

"Apesar disto, o Governo britânico mandou cinco aviões junto com soldados e agentes dos serviços secretos britânicos, que prenderam várias pessoas, inclusive mulheres, e mataram alguns deles", acrescentam os terroristas.

O Ministério das Relações Exteriores italiano afirmou que não houve nenhuma operação militar dos países implicados para libertar seus reféns, já que para estes a segurança de seus cidadãos era uma "prioridade absoluta".

Acredita-se que o Ansaru seja uma cisão do grupo fundamentalista Boko Haram, que matou mais de 3 mil pessoas no norte da Nigéria desde 2009.

O motivo do sequestro era, segundo a declaração do grupo, "a transgressão e as atrocidades" cometidas contra os muçulmanos no Mali, onde o Exército francês e o malinês enfrentam grupos islamitas que desde junho de 2012 controlavam boa parte do norte do país africano.

No mês passado, o Ansaru se responsabilizou por um ataque às tropas nigerianas que se preparavam para partir rumo ao Mali como parte de uma missão internacional, e asseguraram que deixaram dois mortos e cinco feridos.

Em dezembro de 2012, os fundamentalistas islâmicos reivindicaram o sequestro de um engenheiro francês no estado nortista de Katsina.

O norte da Nigéria é de maioria muçulmana, enquanto o sul é de preponderância cristã.

Com cerca de 170 milhões de habitantes integrados em mais de 200 grupos tribais, a Nigéria, o país mais povoado da África, sofre múltiplas tensões por suas profundas diferenças políticas, econômicas, religiosas e territoriais.