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Fila em ponto de ônibus em Buenos Aires, que está com o metrô paralisado | Juan Mabromata/AFP
Fila em ponto de ônibus em Buenos Aires, que está com o metrô paralisado| Foto: Juan Mabromata/AFP

O sexto dia de greve de trabalhadores do metrô de Buenos Aires gerou nesta quinta-feira (9) uma guerra de acusações entre administrações e culminou com a intervenção da Justiça, que exigiu que as partes solucionem um conflito que afeta cerca de 1 milhão de passageiros.

O promotor Federico Villalba solicitou à Justiça que ordene à empresa concessionária do serviço de metrô, Metrovías, e aos sindicatos que convocaram a greve que retomem as atividades.

O pedido do promotor veio depois de horas de reunião entre representantes do governo da cidade e dos sindicatos que demandam melhoras salariais, que ainda não chegaram a um acordo para dar fim o conflito. A reunião foi realizada a pedido da juíza portenha Patricia López Vergara, que intimou na quinta-feira as partes a negociarem, porque "o conflito social justifica a urgência (...), os cidadãos não podem ser reféns de duas jurisdições". "Busquei, dentro da jurisdição da cidade, desarmar a situação de tensão em que a cidade se encontra", afirmou a juíza.

Enquanto a Justiça tenta encontrar uma saída para o conflito, o governo federal de Cristina Kirchner e a administração municipal, liderada pelo conservador Mauricio Macri, se envolveram em uma guerra de acusações sobre a responsabilidade final do serviço metroviário.

Macri responsabilizou pelo conflito setores sindicais governistas e insistiu que não pode administrar o transporte subterrâneo, como reivindica o governo de Cristina, que transferiu o metrô às autoridades portenhas em janeiro passado, mas retirou os milionários subsídios que destinava ao serviço.

O prefeito sustentou que a cidade não tem "meios de financiar" o metrô e exigiu financiamento à administração federal antes de se responsabilizar "por algo que está quebrado econômica e tecnicamente e que põe em risco a vida das pessoas".

"Não posso dizer ao povo 'vamos ficar com o metrô e para isso vou fechar as creches'", argumentou Macri, que sugeriu à presidente "ir ao Banco de Desenvolvimento Interamericano e pegar empréstimos para 30 anos para fazer todas as obras que fazem falta".

A empresa concessionária do serviço, Metrovías, respondeu em comunicado ao prefeito que o metrô "é um meio totalmente seguro" e manifestou que confia em uma rápida solução para greve, que já é a mais longa da história.

Enquanto isso, o ministro do Interior e Transporte argentino, Florencio Randazzo, afirmou hoje que "não só o município deve ser responsável pelo metrô", como deveria prestar contas sobre o destino de seus fundos públicos.

Por sua vez, o porta-voz da Associação Sindical de Trabalhadores do Metrô e do Bonde, Enrique Rositto, expressou sua satisfação pela sentença judicial e advertiu que "seria escandaloso que o governo municipal não cumprisse com suas obrigações". Os trabalhadores, que mantêm a medida por tempo indefinido, reivindicam um aumento salarial de 28%, além de outras reivindicações de melhoras em condições trabalhistas e de prestação do serviço.

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