O ex-ditador da Guatemala Efraín Ríos Montt foi declarado culpado nesta sexta-feira (10) de genocídio e crimes contra deveres da humanidade por um tribunal do país centro-americano, em um histórico julgamento sobre seu papel no massacre de índios ocorrido durante seu breve, mas violento mandato na década de 1980.

CARREGANDO :)

Ríos Montt, um dos poucos chefes de Estado condenado por abusos de autoridade na América Latina, foi sentenciado a 50 anos de prisão por genocídio e a 30 anos por crimes de lesa humanidade, disse a juíza Yasmín Barrios ao ler o veredicto.

"O acusado teve conhecimento de tudo o que estava acontecendo e não o conteve", disse a magistrada ao ler a decisão, lançando por terra os argumentos de Ríos Montt de que o Exército tinha autonomia de comando e ele não era responsável pelos atos de seus subordinados.

Publicidade

Cerca de 200 mil pessoas, na maioria indígenas, foram assassinadas durante a guerra civil que se estendeu entre 1960 e 1996, mas, em particular, o julgamento contra Ríos Montt se concentrou no massacre de pelo menos 1.771 índios da etnia ixil maia durante seu breve governo, de 1982 a 1983.

"Justiça, Justiça!", gritaram dezenas de índios da etnia vestidos com seus coloridos trajes típicos presentes no tribunal durante a leitura do veredicto.

A juíza ondenou que Ríos Montt, de 86 anos, seja conduzido a uma prisão, embora em uma semana sua defesa terá direito a pedir detenção domiciliar devido à sua idade avançada.