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Manifestações contra a queima do Alcorão deixaram um morto em Faizabad, no Afeganistão: repúdios aos EUA cresce no mesmo compasso da islamofobia | Asim Tanveer/Reuters
Manifestações contra a queima do Alcorão deixaram um morto em Faizabad, no Afeganistão: repúdios aos EUA cresce no mesmo compasso da islamofobia| Foto: Asim Tanveer/Reuters

Projeto de mesquita marca as homenagens do 11 de Setembro

Agência Estado

Nova York - O aniversário deste ano dos ataques terroristas do 11 de Setembro de 2001 promete ser o mais polêmico e político já realizado, em vista da reação americana ao projeto de construção de uma mesquita e de um centro islâmico a apenas duas quadras de onde ficavam as duas torres do World Trade Center (WTC) em Nova York, e pe­­la ameaça, agora suspensa, por um pastor protestante de queimar o Alcorão, livro sagrado do Islã.

Como nos outros anos, cerimônias oficiais foram marcadas para o dia de hoje nos três locais atingidos pelos terroristas e onde morreram quase 3 mil pessoas em No­­va York, Washington, e Shaksville, na Pensilvânia.

O presidente dos Estados Uni­­dos, Barack Obama, participará de uma cerimônia no Pentágono, em Washington, enquanto o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, assistirá à cerimônia no chamado "Marco Zero" na Nova York, onde ficavam as torres gêmeas.

A primeira-dama Michelle Obama e a ex-primeira-dama Lau­­ra Bush viajarão a Shaksville, on­­de um avião caiu em meio à luta entre os passageiros e os se­­ques­­tradores.

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Washington - O presidente norte-americano, Barack Obama, fez um apelo on­­tem durante uma entrevista co­­letiva na Casa Branca pela tolerância religiosa e união de todos os americanos – inclusive os mu­­çulmanos –, repetindo que o país não está em guerra com o Islã.

"Estamos em guerra com os terroristas e assassinos que perverteram o Islã, roubaram seus princípios para cometer atos absurdos. (...) Não vamos ser divididos por religião ou etnia. Somos todos americanos."

Ele responsabilizou o mo­­mento de crise pelo aumento do ressentimento contra os muçulmanos nos EUA. "Quando o país está em geral ansioso e atravessando um período difícil, medos, suspeitas e divisões podem emergir."

Sua fala foi uma lembrança das tentativas de se aproximar do mundo muçulmano, uma promessa que ele tentou cumprir com discursos e ofertas de engajamento mas que não obteve tanto resultado até agora.

No Oriente Médio, sua popularidade não para de cair, com índices de visão favorável dos EUA mais baixos hoje do que ao final da Presidência de George Bush (2009).

Obama também voltou a criticar o plano de um pastor da Flórida de queimar o Alcorão ho­­je, no aniversário do 11 de Setembro. Ele acabou desistindo, mas protestos no Afega­­nis­­tão, com direito a queima da bandeira americana, deixaram um morto quando tropas da Otan abriram fogo contra manifestantes.

"Estamos vendo protestos no Afeganistão que ameaçam nossos soldados. Então temos a obrigação de dizer que esse tipo de comportamento coloca nossos homens em risco e é ferramenta de recrutamento da Al-Qaeda."

Obama negou ainda que a atenção do governo ao caso te­­nha agravado a situação. O frenesi midiático em torno do pastor cresceu após comentários do general David Petraeus, comandante das forças dos Estados Uni­­dos no Afe­­ganistão, que alertou para os riscos.

"Na era da internet, algo as­­sim poderia causar profundo da­­no ao redor do mundo, e temos que ter seriedade.’’

O presidente afirmou querer evitar que o pastor inspire outros a pensar que "essa é uma forma de conseguir atenção".

Política

Os comentários do presidente durante a coletiva de 75 minutos, a primeira desde maio, se voltaram também para política externa e economia.

Em relação ao Oriente Médio, Obama disse que pediu ao premier israelense, Benjamin Ne­­tanyahu, que prolongue o congelamento dos assentamentos judaicos na Cisjordânia, que ex­­pira no próximo dia 26.

O fim do prazo coloca em risco as negociações diretas com os palestinos, retomadas com pompa em Washington no início do mês.

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