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Pelo menos 12 pessoas foram assassinadas no último mês na Guiné, onde em setembro o governo reprimiu com violência uma manifestação da oposição.

Os recentes ataques, desfechados por desconhecidos, surgem num momento de crescente pressão internacional sobre o chefe da junta militar que governa o país, capitão Moussa Dadis Camara, pelo fato de soldados terem disparado contra manifestantes desarmados em um estádio em 28 de setembro.

"Nós contamos 12 assassinatos desde 28 de setembro. Isto não inclui a morte de um alto funcionário do Ministério da Juventude", disse uma fonte na polícia à Reuters na sexta-feira, referindo-se à matança de Amadou Sadio Diallo por uma gangue armada no começo da semana. Diallo era considerado partidário de Camara.

A fonte policial acrescentou que a maioria dos ataques realizados desde 28 de setembro, na capital, Conakry, e no interior, foi desfechada por bandidos, mas acrescentou, sem dar detalhes, que o demais parecem ser um "acerto de contas".

"Tanto oposicionistas como membros do governo foram atingidos".

Também nesta sexta-feira, líderes oposicionistas da Guiné rejeitaram uma oferta de mediação da Líbia. O líder líbio, Muamar Gaddafi, é um dos poucos a expressar apoio a Camara.

Pelo menos 157 pessoas que tinham se reunido para exigir que Camara não tomasse parte das eleições marcadas para janeiro foram mortas na repressão e mais de mil ficaram feridas, segundo uma entidade local de defesa dos direitos humanos.

Uma fonte na polícia disse que investigadores suspeitam que "esquadrões da morte" estejam deliberadamente espalhando o medo no país.

A Guiné é o principal fornecedor mundial de bauxita. A riqueza mineral da nação atraiu grandes investimentos de multinacionais como a Rio Tinto, Alcoa e RUSAL, mas o país se tornou cada vez mais isolado internacionalmente desde que Camara tomou o poder em um golpe em dezembro de 2008.

O bloco regional do oeste da África, o ECOWAS, impôs um embargo na venda de armas à Guiné, acusando a junta militar de "violações em massa dos direitos humanos".

Estados Unidos, França e União Europeia pediram que Camara renuncie. Na semana passada, a Corte Penal Internacional afirmou que está investigando os assassinatos de 28 de setembro e abusos, incluindo estupros.

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