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Haitiano observa cartaz com candidatos que concorreram no primeiro turno: decisão será em 20 de março | Hector Retamal / AFP
Haitiano observa cartaz com candidatos que concorreram no primeiro turno: decisão será em 20 de março| Foto: Hector Retamal / AFP
  • Veja que ex-primeira dama e cantor popular disputarão segundo turno

Caracas - Após dias de pressão da ONU e países doadores, as autoridades eleitorais do Haiti ratificaram ontem a exclusão do candidato governista, Jude Célestin, do segundo turno das eleições presidenciais, em 20 de março.

A Minustah, a força de paz da ONU no Haiti (comandada pelo Brasil), está em regime de alerta e com soldados espalhados por vários pontos-chave de Porto Príncipe, temendo manifestações violentas de partidários do oficialista Célestin.

O Conselho Eleitoral Provi­­sório (CEP) acatou as conclusões de uma comissão da Organização dos Estados Americanos (OEA) que auditou, por amostragem, os resultados do controverso primeiro turno, marcado por denúncias de fraude a favor de Célestin, candidato do presidente René Préval.

Disputarão a segunda e definitiva votação dois candidatos conservadores: a ex-primeira-dama Mirlande Manigat e o cantor popular Michel Martelly. Segundo o CEP, Manigat teve 31,4% dos votos e Martelly, 21,8%.

A definição do segundo turno não deixa para trás a crise política. O país debate agora quem estará no comando até a eleição do próximo presidente. Formalmente, o mandato de Préval termina na próxima segunda, mas ele quer ficar no poder até 14 de maio.

O presidente se apoia no mandato constitucional de cinco anos – como tomou posse com atraso, descontaria agora – e em uma lei aprovada no Senado, a pedido dele, para ratificar que tinha direito à extensão.

Opositores, porém, resistem à solução e querem a formação de um governo provisório, a ser comandado pelo chefe do Judiciário.

"Essa é uma decisão dos haitianos, mas, do nosso lado, Préval tem apoio para permanecer [até maio]’’, disse o embaixador do Brasil no Haiti, Igor Kipman.

Martelly aparece em segundo lugar na primeira votação, mas é, segundo analistas, quem tem mais chance de vencer em 20 de março.

Apoiado na imagem de "outsider" da política, o cantor de 49 anos tem ainda mais apelo com a juventude (40% do país) do que sua adversária Manigat, 70, acadêmica formada na Sorbonne.

Mesmo sem seu candidato na corrida da sucessão, o presidente ainda mantém poder de barganha: o seu partido caminha para ser a principal força na Câmara e Senado.

No Haiti, a exemplo do modelo francês, também há segundo turno nas legislativas. Segundo o CEP, venceram já no primeiro turno 20 deputados (12 do Inité, de Préval) e 6 senadores (4 do Inité).

Estarão em jogo em 20 de março outras 79 vagas para deputado e 6 de senadores. A legenda governista participará de todas as disputas pela Câmara alta.

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