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Porto Príncipe (AE) – O primeiro desafio são as eleições. Os 7.500 soldados e 1.800 policiais da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah) reforçaram a segurança nas ruas de Porto Príncipe e das principais cidades do interior para garantir o acesso às urnas.

Mais de 3 milhões de haitianos, ou 88% dos eleitores inscritos, deverão votar na terça-feira para escolher o presidente da república entre 33 candidatos. O segundo turno, se nenhum deles alcançar a maioria absoluta (metade mais um), será realizado em 19 de março.

O general brasileiro José Elito Carvalho Siqueira, comandante da Força Militar das Nações Unidas, há 12 dias no posto, prevê que possa haver algum incidente, mas nada capaz de comprometer as eleições.

A maior preocupação dos capacetes azuis, a tropa internacional de 21 países deslocada para o Haiti após a deposição do presidente Jean Bertrand Aristide, no primeiro semestre de 2004, é Cité Soleil, o bairro-favela mais violento da capital.

Sob controle de gangues e traficantes armados, Cité Soleil tem cerca de 250 mil habitantes e 55 mil eleitores que terão de sair de lá na terça-feira para votar. Com medo de ataques e seqüestros, o Conselho Eleitoral Provisório (CEP) decidiu instalar seções de votação apenas nas vizinhanças da área, o que obrigará os eleitores a caminhar dois quilômetros até a urna mais próxima. Os moradores do bairro protestaram contra essa decisão, mas não adiantou.

Cité Soleil, que fica à beira-mar, entre o aeroporto internacional e o centro de Porto Príncipe, está sob a responsabilidade das tropas da Jordânia, que tem 1.500 homens na capital, o maior contingente da ONU no país. Dos nove militares da Minustah mortos até agora, quatro foram jordanianos – conseqüência das dificuldades enfrentadas no bairro-favela. Numa área limítrofe, Cité Militaire, são 1.050 soldados brasileiros que patrulham as ruas.

Os americanos se recusaram a emprestar helicópteros para reforçar o transporte de urnas no interior. A Minustah contratou carregadores para levar nos ombros o material eleitoral destinado a seções instaladas em locais remotos, onde só seria possível chegar de helicóptero. Em outras regiões de difícil acesso as urnas serão transportadas no lombo de mula.

A apuração será feita em Porto Príncipe, onde a ONU instalou uma central com computadores para realizar a contagem de votos. O resultado, calcula o CEP, deverá sair em 48 horas.

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