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Explosão no bairro de Tuffah durante ataque aéreo das Forças de Defesa de Israel | Mohammed Saber/Efe
Explosão no bairro de Tuffah durante ataque aéreo das Forças de Defesa de Israel| Foto: Mohammed Saber/Efe

Personagem

Aiatolá chama Tel Aviv de "cão raivoso" e pede armas para palestinos

O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, chamou ontem Israel de "cão raivoso" por causa dos ataques contra Gaza e exortou os muçulmanos a armar os palestinos e capacitá-los ao combate.

Em um discurso marcando o fim do mês de jejum muçulmano do Ramadã, Khamenei criticou os Estados Unidos e os países europeus pelo que ele disse serem esforços para limitar a capacidade militar dos combatentes palestinos no enclave.

"Esse cão raivoso, esse lobo voraz tem atacado pessoas inocentes e a humanidade deve reagir. Isso é um genocídio, uma catástrofe de escala histórica", disse Khamenei. "Eles estão atingindo pessoas inocentes dia e noite e esses homens, mulheres e crianças estão se defendendo com meios mínimos, e agora americanos e europeus querem tirar até isso deles, para que essas feras impiedosas possam atingi-los sem preocupações."

Khamenei denunciou o que disse ser uma decisão do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, para desarmar os palestinos — uma aparente referência à oposição dos americanos aos esforços do Hamas, o grupo islâmico que controla Gaza, para a obtenção de armas, como mísseis e foguetes. Washington vê o Hamas como uma organização terrorista.

Khamenei afirmou que o Irã tem uma posição oposta sobre armar os palestinos: "Todo mundo que tem os meios, especialmente no mundo islâmico, deve fazer o que puder para armar a nação palestina. O regime sionista lamenta profundamente ter começado isso [esta guerra], mas não há saída".

Mercosul

Os presidentes do Mercosul condenaram o uso desproporcional da força por parte do exército israelense no conflito contra militantes extremistas em território palestino. Para o bloco sul-americano, a guerra "afeta fundamentalmente civis, incluindo crianças e mulheres". No comunicado oficial, o Mercosul pediu um "cessar-fogo imediato" e mostrou preocupação pelo deterioramento da situação humanitária no conflito. Os líderes qualificaram como "urgente" o início de uma investigação que analise as violações de direitos humanos na Faixa de Gaza, "para estabelecer fatos e circunstâncias de referidas violações e dos crimes cometidos, e identificar os responsáveis".

Conter

A pressão internacional vem aumentando sobre Netanyahu para que ele contenha a ofensiva. Tanto o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, quanto o Conselho de Segurança da ONU pediram um cessar-fogo imediato para permitir que ajuda chegue ao 1,8 milhão de palestinos da Faixa de Gaza.

Fracasso

Os esforços liderados pelo secretário de Estado dos EUA, John Kerry, fracassaram na semana passada e a explosão de violência frustrou as esperanças internacionais de transformar uma breve trégua para o feriado muçulmano de Edil al-Fitr em um cessar-fogo de longo prazo.

Ofensiva

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que os militares não encerrariam a ofensiva até que fosse destruída uma rede de túneis do Hamas, a qual, segundo Israel, serve de abrigo para o grupo, para armazenar armas e realizar infiltrações além da fronteira, para atacar israelenses.

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O Hamas vai rejeitar qualquer acordo de cessar-fogo que não inclua o fim da campanha militar de Israel e a retirada do bloqueio à Faixa de Gaza, afirmou ontem Mohammed Deif, chefe do braço militar do movimento, lembrando a posição do Hamas desde o início do conflito.

O movimento islamita palestino não vai aceitar um "cessar-fogo sem o fim da agressão e a retirada do cerco", indicou o chefe das Brigadas Ezzedine al-Qassam.

Lida na rádio e na televisão do Hamas, essa declaração reitera a posição dos líderes do movimento islamita desde o início da guerra com Israel, em 8 de julho.

A rejeição ao cessar-fogo foi anunciada antes de uma importante viagem ao Cairo de uma delegação reunindo representantes dos principais movimentos políticos palestinos, incluindo o Hamas, anunciada pela Organização pela Libertação da Palestina (OLP). As autoridades palestinas devem se reunir na capital egípcia com dirigentes locais, que normalmente são os intermediários nas negociações entre israelenses e palestinos.

O secretário-geral da OLP, Yasser Abed Rabbo, havia afirmado ontem à tarde que o Hamas e seus aliados da Jihad Islâmica estavam preparados para uma trégua humanitária de 24 horas. Mas o Hamas mantém suas exigências pelo fim da operação militar israelense em curso e pela suspensão do bloqueio a Gaza imposto por Israel em 2006.

As autoridades israelenses não se manifestaram a respeito de uma eventual trégua.

Uma reunião do gabinete de segurança de Israel, que reúne os principais ministros do premiê Benjamin Netanyahu, está prevista para hoje às 14h (8h de Brasília), de acordo com a imprensa israelense.

Israel lançou sua ofensiva em 8 de julho para impedir ataques de foguetes do Hamas. No dia 17, deu início à invasão por terra para destruir um esquema de túneis do grupo.

Conflito vai afetar a economia de Israel

A guerra de Israel contra militantes palestinos deve custar ao país bilhões de dólares, o que prejudicará temporariamente o seu crescimento econômico e pressionará as finanças do governo.

Analistas e autoridades comparam a operação atual com o conflito de um mês entre Israel e guerrilhas do Hezbollah no Líbano em meados de 2006 e com os embates de 2009 e 2012 em Gaza, quando a economia sofreu um golpe, mas se recuperou rapidamente, exceto no turismo.

O banco central calcula que os combates, desde que se limitem a Gaza, podem tirar no máximo meio ponto percentual do crescimento da economia neste ano.

"Haverá um custo, mas nada desastroso", disse o consultor econômico e financeiro Barry Topf, ex-conselheiro de Stanley Fischer, ex-presidente do Banco de Israel. "Pode ser contido, mas é preciso ter boas políticas econômicas."

Segundo ele, isso significa que Israel não pode dar como certo que a recuperação será automática, já que alguns investidores estrangeiros podem deixar de investir em um país sujeito a disparos de foguete.

Israel lançou a ofensiva em Gaza, controlada pelo Hamas, três semanas atrás tentando conter os foguetes. O que começou com ataques aéreos se tornou uma batalha campal que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse poder demorar algum tempo.

O Banco de Israel reduziu sua taxa básica de juros para 0,5%, ante 0,75%, na segunda-feira, em parte para compensar o dano econômico causado pelo conflito.

Bombardeio destrói única usina de Gaza

Disparos de um tanque israelense atingiram ontem o depósito de combustível da única usina de energia da Faixa de Gaza, interrompendo o suprimento de eletricidade para a Cidade de Gaza e para várias outras partes do enclave palestino de 1,8 milhão de habitantes.

Uma coluna enorme de fumaça emergia das instalações, que suprem dois terços das necessidades de energia do território, e os contêineres de combustível estavam em chamas.

"A usina de energia se foi", disse o diretor Mohammed al-Sharif.

Ele afirmou que a equipe local de combate a incêndios não tinha os equipamentos adequados para lidar com o fogo.

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