Hamas toma posse sem certeza de trégua

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O Hamas assumiu os assentos no novo parlamento palestino no sábado rejeitando o pedido do presidente Mahmoud Abbas no sentido de que o novo governo respeite o compromisso de selar a paz com Israel.

- O Hamas rejeita negociações com a ocupação sob as atuais circunstâncias, enquanto a ocupação e a agressão continuarem - disse o porta-voz do Hamas, Sami Abu Zuhri. - Reenfatizamos o compromisso para com a resistência como um direito natural de nosso povo.

Ainda não foi divulgada reação oficial de Israel às declarações do porta-voz.

Outros integrantes do Hamas continuam afirmando que o grupo não vai reconhecer o estado judeu, nem desistirá de pregar sua destruição.

Está sendo esperada para este fim de semana, possivelmente domingo, a decisão do primeiro-ministro em exercício de Israel sobre a adoção de sanções contra a Autoridade Palestina, cujo parlamento agora é dominado pelo Hamas. O país pode impedir o fluxo de pessoas, bens e dinheiro que transitem por Ramala e Gaza via Israel.

A própria cerimônia de posse do novo parlamento se deu sob restrição imposta por Israel. Parlamentares que estão em Gaza foram impedidos de viajar a Ramala. A cerimônia se deu simultaneamente nos dois lugares, ligada por videoconferência.

O pedido de Abbas foi feito durante a cerimônia de instalação do parlamento. Ele não mencionou qualquer condição para a formação do novo gabinente. Disse que a presidência e o governo vão continuar a respeitar o "compromisso com as negociações como uma escolha política estratégica e pragmática".

Os parlamentares eleitos pelo grupo Fatah aplaudiram o discurso. Os do Hamas, não. O Fatah tem 45 assentos no parlamento; o Hamas, 74. O parlamento é composto por 132 deputados.

Abbas pediu ao Hamas que forme o novo governo o mais rapidamente possível e prometeu cooperar. O Hamas confirmou o nome do pragmático Ismail Haniyeh para primeiro-ministro.

O Hamas anunciou que deverá apresentar uma proposta para uma trégua de longo prazo com Israel se o país se retirar das terras ocupadas desde 1967.

Em Washington, o governo americano pediu à Autoridade Palestina que devolva US$ 50 milhôes enviados como ajuda à Autoridade Palestina. Os americanos acham que o dinheiro vai parar nas mãos da Hamas. Ao mesmo tempo, o Departamento de Estado quer que Israel pense duas vezes antes de agir de modo que torne a vida dos palestinos mais difícil.