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Gaza (EFE) – O movimento islâmico Hamas estará sozinho no governo que apresentará hoje ao presidente da Autoridade Palestina (AP), Mahmoud Abbas. O grupo não obteve resposta dos partidos a que tinha oferecido participação no novo Executivo, entre eles o Fatah.

"Após apresentar a composição do novo governo ao presidente, o Hamas pedirá o apoio do Conselho Legislativo (Parlamento palestino), provavelmente segunda ou terça", informou o porta-voz do movimento islâmico, Salah Al Bardawil.

Isso significa que o próximo executivo da AP será formado integralmente por membros do Hamas e por técnicos escolhidos entre os seus simpatizantes. A situação dificulta ainda mais as negociações com o governo israelense.

Segundo a legislação palestina, o presidente deve ratificar as nomeações e só então elas serão submetidas à votação no Parlamento, onde o Hamas não terá problema algum, pois conta com o apoio de 74 dos 132 deputados.

A decisão de apresentar um governo formado unicamente por membros do partido foi conseqüência da negativa do Fatah de participar do novo Executivo palestino. A recusa foi decidida na noite de quinta-feira, pelo Comitê Central.

Fontes do Fatah disseram que "foi impossível superar as diferenças" e que o Hamas não quis ouvir os pedidos que a Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), a Palestina Independente, a Lista Alternativa e o próprio Fatah haviam feito.

Segundo Azzam Al Ahmed, porta-voz da bancada parlamentar do Fatah, o Hamas devia responder a perguntas feitas após a segunda rodada de negociações. Mas na terceira rodada, realizada na quinta-feira, ainda não tinham mudado o seu programa político.

Entre as reivindicações estão o reconhecimento do status da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) como representante suprema do povo palestino em nível internacional. O Hamas não faz parte da OLP e em seu programa político preferiu evitar qualquer referência à organização, que assinou todos os acordos de paz com Israel e é reconhecida pela ONU como representante internacional dos palestinos.

Outra divergência que impossibilitou o acordo é precisamente o respeito aos acordos assinados com Israel, e que deram vida à AP. Sem esses acordos, as negociações de paz voltam praticamente à estaca zero.

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