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Representantes do Hezbollah e do governo libanês teriam chegado a um acordo visando o fim do conflito armado contra forças israelenses no Líbano, que já dura 18 dias e já fez mais de 600 vítimas, informa neste sábado a rede CNN. A proposta, que segundo a edição eletrônica do jornal israelense Ha'aretz incluiria o cessar-fogo imediato e a expansão da presença das forças de segurança da ONU no país, teria sido bem-recebida pela Secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, que voltou à região do conflito neste sábado, após uma mal-sucedida primeira rodada de negociações com ambas as partes. Rice teria dito que, aparentemente, o plano libanês incluiria "alguns elementos muitos bons".

Mas a medida não significa, necessariamente, o fim do impasse na região. Após realizar mais de 130 ataques contra o Líbano, na sexta-feira, Israel rejeitou o pedido de cessar-fogo temporário feito pelas Nações Unidas a fim de permitir o trabalho das equipes de resgate na retirada dos idosos, jovens e feridos do sul do Líbano e permitir a entrada de ajuda de emergência.

- Não há necessidade de um cessar-fogo temporário de 72 horas porque Israel abriu um corredor humanitário para e do Líbano - disse o porta-voz do governo israelense, Avi Pazner, acrescentando que o país não estava impedindo que a ajuda chegasse ao sul do Líbano.

- O problema é completamente diferente. É o Hezbollah que está deliberadamente impedindo a transferência de ajuda médica e comida para a população do sul do Líbano para tentar criar uma crise humanitária e culpar Israel por isso - afirmou Pazner.

Isso irritou as autoridades libanesas. O líder do Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah, disse neste sábado que seu grupo de guerrilha vai disparar mísseis nas cidades centrais de Israel se a ofensiva militar no Líbano não for interrompida. Em discurso transmitido por um canal de televisão, Nasrallah disse que acreditava que Israel queria um cessar-fogo mas está sendo pressionado por Washington para continuar o conflito.

- Rice está voltando à região para tentar impor suas condições ao Líbano, para que sirva seu novo projeto de Oriente Médio, e para ajudar Israel - afirmou Nasrallah.

O plano de cessar-fogo defendido pelo governo do Líbano - e alcançado após uma reunião realizada na noite de sexta-feira - propõe o imediato cessar-fogo, a libertação de prisioneiros libaneses mantidos em prisões israelenses e a soltura de dois soldados israelenses feitos reféns pelo Hezbollah. O plano também discute a retomada das negociações entre Israel e o Líbano acerca da posse de terras em Sheeba - região atualmente sob controle israelense -, a divulgação de mapas indicando o posicionamento de minas terrestres israelenses próximas à fronteira do Líbano e a expansão da presença das forças de segurança da ONU no sul do país.

Segundo fontes do governo libanês, apesar de o Hezbollah não concordar, especificamente, com a proposta de desarmamento - uma pré-condição de Israel para um acordo -, o plano de paz libanês propõe o controle do sul do Líbano pelo exército nacional em conjunto com as forças da ONU, o que implicaria que o Hezbollah não poderia operar na região.

A proposta deve ser oficialmente apresentada a Condoleezza Rice neste fim-de-semana. A Secretária de Estados dos EUA classificou o plano como um "passo positivo". Após o encontro com o primeiro-ministro Ehud Olmert, em Jerusalém, ela deve conversar também com o primeiro-ministro libanês, Fouad Siniora. No entanto, ainda não foi divulgado quando ela viaja a Beirute.

Na sexta-feira, o presidente dos Estados Unidos, presidente George W. Bush, e seu principal aliado, Tony Blair, premier da Grã-Bretanha , disseram que é preciso que uma força multinacional de paz seja enviada rapidamente ao Oriente Médio. Eles também pediram um cessar-fogo, o que ainda não tinham feito.

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