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O grupo xiita libanês Hezbollah entregou na terça-feira um dossiê a um procurador de Estado, depois de um tribunal da ONU ter solicitado que apresentasse as evidências que afirmou possuir do envolvimento de Israel no assassinato de Rafik al-Hariri, em 2005.

Na semana passada o líder do Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah, exibiu o que afirmou ser imagens de vigilância feitas por Israel das rotas seguidas por Hariri, dizendo que elas sugeriam que Israel teria sido responsável pelo atentado suicida que matou o ex-primeiro-ministro libanês e 22 outras pessoas.

Nasrallah exibiu as imagens algumas semanas depois de ser informado que o Tribunal Especial para o Líbano pode indiciar alguns integrantes do Hezbollah por envolvimento na morte de Hariri, alegação que ele rejeita categoricamente.

Ele vem criticando fortemente o tribunal da ONU, dizendo que é um "projeto israelense", e com isso suscitando temores de potenciais conflitos entre o grupo militante apoiado pelo Irã e o primeiro-ministro Saad al-Hariri, filho de Rafiq e que tem o apoio dos EUA e da Arábia Saudita.

Em uma reunião na noite de segunda-feira, Saad Hariri pediu calma, dizendo que o Líbano não deve temer "qualquer barulho político, que esperamos acalmar e converter em um discurso tranquilo, dando início a um diálogo democrático".

No sábado Hariri disse que quer saber quem matou seu pai, mas, ao mesmo tempo, deseja estabilidade. "O diálogo não pode se dar com acusações de traição e repetidos chamados por provas de patriotismo e nacionalismo", declarou Hariri.

Depois da apresentação de duas horas feita por Nasrallah das imagens de segurança, depoimentos de testemunhas e análises visando expor o argumento de que Israel estava por trás do assassinato, o gabinete do promotor do tribunal da ONU pediu que as autoridades libanesas fornecessem todas as informações que estão na posse de Nasrallah, incluindo as imagens.

TEMORES DE COLAPSO DO GOVERNO?

Fontes judiciais disseram que o procurador libanês Saeed Mirza entregou as evidências, que recebeu do alto funcionário do Hezbollah Wafiq Safa ao gabinete do promotor-chefe Daniel Bellemare no Líbano.

O Hezbollah travou em 2006 uma guerra contra Israel que terminou em um impasse e está determinado a evitar qualquer culpa pelo assassinato de Rafiq Hariri em 2005.

As declarações de Saad Hariri se deram diante de uma sessão programada de "diálogo nacional" na quinta-feira, na qual líderes rivais estão tentando chegar a um acordo sobre a estratégia de defesa do país diante de Israel.

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