A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, disse na sexta-feira à Ucrânia que as portas para a adesão do país à Otan continuam abertas, apesar de o novo governo ter abandonado tal meta.
Segundo Hillary, isso não significa atrapalhar a atual fase de aproximação da Ucrânia com a vizinha Rússia, pois se trata de uma "falsa escolha." Mas cobrou do presidente Viktor Yanukovich que se atenha aos princípios democráticos, e manifestou preocupação com casos de violação à liberdade de imprensa.
"Pedimos ao governo ucraniano que salvaguarde essas liberdades críticas," afirmou ela em entrevista coletiva ao lado de Yanukovich.
Ela também apoiou a solicitação da Ucrânia de um novo programa de 19 bilhões de dólares do Fundo Monetário Internacional, e encorajou o país a realizar reformas econômicas, combater a corrupção e impor o estado de direito, como forma de atrair mais investimentos.
Além de reduzir os contatos com a Otan, aliança militar liderada pelos EUA, Yanukovich tem inclinado Kiev firmemente na direção de Moscou, ampliando contatos comerciais e prorrogando por 25 anos a permanência da Marinha russa em um porto ucraniano do mar Negro.
"Com relação à Otan, deixem-me dizer muito claramente: a Ucrânia é um país soberano e independente, e tem o direito de escolher suas próprias alianças," disse Hillary ao chanceler, Kostyantyn Gryshchenko.
"As portas da Otan permanecem abertas, mas cabe à Ucrânia decidir se deseja ou não buscar isso ou qualquer outro rumo para os seus próprios interesses de segurança," acrescentou.
Para satisfação de Moscou, Yanukovich abandonou a meta de aderir à Otan em longo prazo, dizendo que o país permanecerá fora dos blocos militares. Na sexta-feira, ele declarou que continuará cooperando com a aliança ocidental em questões de reforma da defesa e operações de paz.
Hillary disse posteriormente a alunos do Instituto Politécnico de Kiev que "o que a Ucrânia está fazendo ao tentar equilibrar suas relações entre os Estados Unidos, a União Europeia e a Rússia faz bastante sentido."
Ela também se encontrou com a principal adversária de Yanukovich, a ex-primeira-ministra Yulia Tymoshenko, derrotada na eleição presidencial de fevereiro na Ucrânia.
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