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Pelo menos 40 pessoas morreram e 77 ficaram feridas num atentado suicida numa festa de casamento no sul do Afeganistão, disseram autoridades na quinta-feira.

"Um homem-bomba entrou na festa onde centenas de pessoas estavam e se explodiu", disse um policial. O incidente ocorreu por volta de 21h30 de quarta-feira (14h em Brasília), no distrito de Arghandab, ao norte de Qandahar, onde tropas estrangeiras preparam para os próximos meses uma ofensiva contra o Taliban.

Um policial de Qandahar disse que muitos convidados da festa tinham ligação com a polícia ou com uma milícia local, suposta razão do ataque. O Taliban negou a autoria da explosão.

"Condenamos esse ato brutal", disse à Reuters Qari Yousuf Ahmadi, porta-voz do grupo islâmico, falando de local não revelado. "O Taliban trava a jihad (guerra santa) a fim de libertar as pessoas das mãos dos ocupantes. Como podemos matá-las?"

Em ocasiões anteriores, o Taliban assumiu a autoria de ataques dos quais depois recuou quando ficou clara a ocorrência de vítimas civis.

Ahmadi culpou a Isaf (força internacional sob comando da Otan), que já matou centenas de civis em bombardeios equivocados. Os ataques do Taliban mataram ainda mais civis.

Uma porta-voz militar disse que a Isaf não teve envolvimento no incidente, e chegou mesmo a ajudar as forças locais depois do ataque. "Esta é uma questão afegã", disse ela.

Em nota, o presidente Hamid Karzai, que obteve na semana passada o aval de uma conferência de paz tribal para negociar com o Taliban, deplorou o atentado, "obra dessa gente cruel que age contra os valores islâmicos e divinos".

Testemunhas descreveram cenas caóticas no casamento, onde havia cerca de 400 convidados. "Algumas pessoas estavam esperando a comida, outras estavam dançando dentro de uma grande tenda, quando ouvi uma explosão ensurdecedora", disse Aminullah, que saiu ferido.

"A poeira subiu ao céu e vi cadáveres por todo lado. Mulheres e crianças gritavam. Achei que era o fim do mundo."

Citando informes hospitalares, o governador de Qandahar, Tooryalai Wisa, disse que bolas metálicas usadas em rolamentos foram colocadas em meio aos explosivos, para gerar estilhaços, o que é uma prática comum em atentados suicidas. O Ministério do Interior disse em nota que há crianças entre os mortos.

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