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Um cômodo com cerca de dois por três metros com uma cama, um sofá, um televisor e um pequeno banheiro. Foi neste local, o quarto 301 do hospital da polícia, que o presidente do Equador, Rafael Correa, passou quase dez horas na última quinta-feira (30), cercado por milhares de policiais e militares que protestavam contra uma lei que retira benefícios e direitos da carreira.

No local visitado pelo G1 na tarde desta sexta-feira (1º), os sinais do confronto ainda estão por toda parte. Perfurações de bala nas janelas (incluindo a do vizinho apartamento 102), portas e paredes, pedaços desabados do teto, portas de vidro partidas.

Mais de 10 horas após a saída do presidente, cercado por membros do Grupo de Operações Especiais da polícia, marcas rosadas nas paredes e um forte ardor que acomete os olhos são a evidência maior do que se viveu ali.

No quartel da polícia onde Correa fez seu discurso mais inflamado – no qual disse que poderiam matá-lo, se quisessem, mas não voltaria atrás da sua decisão - as marcas são do fogo produzido pelos pneus queimados. A fuligem cobre parte da fachada e da entrada do estacionamento do prédio anexo.

Na Avenida Mariana de Jesús, que foi tomada pelo levante, restaram marcas de sangue em alguns pontos, resultado dos cerca de 17 feridos e pelo menos um morto no confronto –segundo a Cruz Vermelha, foram dois mortos e ao menos 88 feridos.

Perto dali, os acessos ao Palácio Carondelet, sede do governo equatoriano, onde Correa foi recebido por simpatizantes após o resgate, foram fechados por militares. De acordo com assessores do governo, uma medida normal de segurança devido à chegada a Quito de chanceleres dos países que compõem a Unasul para dar apoio ao presidente.

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