Lima - Ollanta Humala, vencedor do primeiro turno das eleição à Presidência do Peru, afirmou ontem que vê o Brasil como o futuro "grande sócio" comercial do Peru se for eleito no segundo turno. Humala enfrentará Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori e que ficou em segundo lugar, no dia 5 de junho.
"Nós precisamos estar preparados para nos integrarmos com o Brasil e isso significa desenvolver o Peru, porque se isso não ocorrer, (os brasileiros) não encontrarão em nosso território condições para sermos sócios", afirmou Humala.
"Queremos ser sócios do Brasil, queremos uma relação de iguais com os grandes capitalistas que virão para nosso território nacional, para que esses capitalistas ajudem no desenvolvimento da indústria peruana", acrescentou.
Apontado por analistas como favorito, o nacionalista preocupa o empresariado peruano e setores conservadores, por pedir mudanças no modelo econômico neoliberal aplicado com êxito no país na última década.
Humala afirmou que o Peru "não pode continuar a depender exclusivamente da renda da mineração e dos altos preços" dos metais. Para reverter esse quadro, ele disse que é preciso desenvolver a agricultura, agroindústria, agro exportação, pecuária e turismo.
Humala apresentou ontem 44 assessores, entre eles conselheiros do ex-presidente Alejandro Toledo, para reforçar seu plano de governo. Segundo os auxiliares, é necessário que os impostos subam para o setor da mineração.
Após ser vinculado nas eleições de 2006 ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez, o que ajudou na vitória do atual presidente Alan García, Humala mostrou uma aproximação com o ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e possui assessores que pertenceram ao Partido dos Trabalhadores (PT), que está no governo brasileiro desde 2003.
Ex-militar e hoje um esquerdista, Ollanta Humala busca apoio de Alejandro Toledo, que foi derrotado no primeiro turno.
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