O vice-presidente do Iêmen, Abdo Rabu Mansur Hadi, aprovou neste domingo (4) a formação de uma Comissão de Assuntos Militares para restaurar a segurança e a estabilidade no país, devastado por protestos opositores desde o último mês de janeiro.

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Mansur Hadi emitiu um decreto presidencial para criar este órgão seguindo uma orientação do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), que adotou esta medida para acabar com a crise no Iêmen, informou a agência de notícias "Saba".

Presidida por Mansur Hadi, a comissão contará com 14 membros, a metade opositores e a outra metade partidários do ainda presidente iemenita, Ali Abdullah Saleh.

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Os ministros de Interior e de Defesa do novo Governo, que ainda serão definidos, também vão fazer parte desta comissão.

Entre outras funções, a comissão deverá acabar com a divisão entre as Forças Armadas, assim como retirar os grupos armados das ruas.

A oposição chegou a colocar em risco sua participação no Governo de reconciliação nacional, que está previsto para ser anunciado nesta segunda-feira, se essa comissão para conseguir a estabilidade no país não fosse criada.

Liderado pelo opositor Mohamed Salem Basindawa, o novo executivo contará com 30 ministérios, repartidos igualmente entre a oposição e o governante Partido do Congresso Popular Geral (PCPG).

Segundo o acordo alcançado entre ambas as parte, as pastas de Defesa, Petróleo e Relações Exteriores corresponderão ao PCPG, enquanto a oposição ficará com o ministério de Interior, Finanças e Informação, entre outras.

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O decreto deste domingo se une ao emitido pelo vice-presidente no último dia 26 de novembro, o qual convoca eleições presidenciais antecipadas para o dia 21 de fevereiro de 2012. Todos estes passos possuem o objetivo cumprir o plano viabilizado pelo CCG, que estipula a renúncia de Saleh e a transferência do poder para Mansur Hadi.

Após meses de reservas, no último dia 23 de novembro, Saleh assinou a iniciativa do CCG, que estipula o processo de transição seja coordenado pelo vice-presidente. Mansur Hadi, por sua vez, terá dois anos para viabilizar a Constituição e as eleições gerais no país.

A revolta contra Saleh começou no mês de janeiro e gerou uma grave crise política e uma onda de violência no Iêmen, o país mais pobre da península Arábica.