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Um novo patriarca assumiu a Igreja Ortodoxa Russa neste domingo (1º). O patriarca Kirill, de 62 anos, tem sido um defensor cauteloso de mudanças e uma figura notória na tentativa de reconciliação com a Igreja Católica Romana. Ele se tornou a 16ª pessoa a ostentar o título em uma cerimônia solene realizada na Catedral Cristo Salvador. A catedral original, construída no século XIX, foi dinamitada durante o governo de Stalin, mas foi reconstruída posteriormente após o colapso da União Soviética. A cerimônia foi transmitida em rede nacional de televisão e contou com as presenças do presidente do país, Dmitry Medvedev; do primeiro-ministro, Vladimir Putin; e de outros membros do governo russo e de países que fizeram parte do bloco soviético.

O patriarca Alexis II morreu no início de dezembro, após quase duas décadas à frente da igreja. Mas pesquisas mostraram que apenas 5% dos russos são religiosos praticantes e apenas 30% acreditam que devem seguir os preceitos da igreja. Kirill, que foi vice de Alexis II, tem sido um crítico da tolerância em relação ao homossexualismo, aborto, democracia multipartidária e da divisão entre autoridades secular e religiosa. Ele endossa ideias nacionalistas sobre o papel da Rússia no mundo e é defensor da visão de que a civilização russa é, fundamentalmente diferente da civilização ocidental. Com aparições públicas atípicas para uma igreja conhecida pelo seu tradicionalismo, ele tem pressionado pela introdução de aulas de religião ortodoxa nas escolas. Figura frequente em programas de televisão, tem se aproveitado das aparições para manifestar sua opinião sobre assuntos seculares, incluindo a crise econômica que atinge atualmente a Rússia.

Um dia após a sua eleição, Kirill prometeu abster-se de iniciar reformas de cima para baixo que poderiam afetar as pessoas, mas prometeu mudanças. Espera-se que ele busque um papel mais incisivo da igreja, que tem servido aos interesses do Estado durante os seus mil anos de história. A Igreja e o Estado são, oficialmente, separados pela Constituição pós-soviética, mas as ligações ficaram mais próximas desde que Putin assumiu o poder em 2000. Entre as mudanças que Kirill deve provavelmente implementar estão o uso da língua russa nos serviços e a permissão para que as mulheres usem calças dentro das igrejas.

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