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Berlim - A Igreja Católica na Alemanha começa a receber hoje pedidos de reparação por casos de abusos sexuais cometidos por seus integrantes contra crianças e adolescentes. O objetivo é pagar indenizações de até 5 mil euros (cerca de R$ 11.500) como "reconhecimento ao sofrimento das vítimas’’.

A proposta, anunciada na se­­mana passada pela Con­fede­ração dos Bispos e pela Con­fe­deração das Ordens Re­ligiosas da Alemanha, tem como alvo principal as vítimas de crimes que já prescreveram e que, portanto, não podem ser levados à Justiça. Possíveis beneficiários, porém, a consideraram insuficiente.

Em comunicado à imprensa, a Igreja disse ter tomado a decisão de oferecer "ajuda rápida e desburocratizada’’ devido à falta de perspectiva de acordo no grupo de trabalho criado pelo governo para discutir o assunto.

Desde março de 2010, representantes de três ministérios debatem com a Igreja e com entidades da sociedade civil possíveis formas de prevenção e compensação às vitimas de abuso, sejam eles cometidos em instituições religiosas ou não.

Além da indenização, a Igreja ofereceu arcar com até 50 sessões de terapia individual ou 25 sessões de terapia de casal, ao custo de até 100 (R$ 230) cada. Anunciou, também, a criação de um fundo de 500 mil (cerca de R$ 1,15 bilhão) para projetos de prevenção.

Oferta "desonesta"

Para o professor Matthias Katsch, 48, representante da organização Eckiger Tisch, que reúne vítimas de abusos cometidos em instituições jesuítas, a oferta da Igreja não é "honesta’’.

Vítima de padres jesuítas no passado, Katsch defende uma indenização de 80 mil euros – valor que, segundo levantamento feito pelo grupo, equivale à média das condenações por danos morais na Alemanha.

"O salário médio na Ale­manha é de cerca de 3.500 euros. A Igreja quer pagar o que se ganha em um mês como compensação por um dano que dura a vida inteira’’, reclama.

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