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O serviço francês de inteligência emitiu um relatório pouco antes dos atentados suicidas em Londres, advertindo que a Al-Qaeda pretendia atacar a Grã-Bretanha e usaria para isso a imensa comunidade paquistanesa de lá, disse o jornal "Le Figaro" nesta segunda-feira.

O relatório da Direção Central de Informações Gerais dizia ser essencial monitorar a comunidade paquistanesa da França para impedir ataques no país, segundo o jornal.

Datado do final de junho, o relatório de 20 páginas afirmava que "a Grã-Bretanha continua ameaçada por planos decididos nos níveis mais altos da Al-Qaeda" e que "eles serão realizados por agentes que vão tirar vantagem da simpatia pró-jihad dentro da grande comunidade paquistanesa na Grã-Bretanha". Três dos quatro jovens que mataram mais de 50 pessoas no metrô de Londres e em um ônibus no dia de 7 de julho eram britânicos de origem paquistanesa.

Logo após as eleições britânicas de maio, as autoridades reduziram de "substancial" para "severo" o nível de alerta relativo à Al-Qaeda. Os atentados de 7 de julho mataram 56 pessoas, inclusive os quatro autores, e quase se repetiram duas semanas depois, quando quatro bombas provocaram fracas explosões nos transportes públicos da capital.

A França, onde vivem cerca de 40 mil paquistaneses, especialmente na região de Paris, "não está protegida desse tipo de agrupação violenta, (pois há) ligações estreitas (familiares, comerciais ou por associações) entre a comunidade paquistanesa na Grã-Bretanha e muitos dos seus compatriotas vivendo na França".

"Acompanhar a comunidade paquistanesa é vital para evitar qualquer ato violento (na França)", acrescenta o relatório, que cita uma declaração de março na qual o Jaish-e-Mohammad, grupo proscrito ligado à Al-Qaeda, declara que a França é hostil ao Islã. O relatório afirma que alvos franceses no Paquistão também podem ser atacados.

A comunidade paquistanesa na França cresce por meio da imigração ilegal e de redes especializadas na falsificação de documentos. Mas a maioria dos paquistaneses no país quer se integrar e desaprova as atividades de uma minoria de fanáticos religiosos, segundo o relatório.

Em junho, a Justiça francesa condenou a cinco anos de prisão um britânico-paquistanês de 67 anos que teria usado viagens à Grã-Bretanha, a Nova York, ao Paquistão e à Ar bia Saudita, em 2001 e 2002, para organizar atentados.

Ele também foi condenado por ter ajudado o "homem do sapato-bomba", Richard Reid, durante sua estada em Paris. Reid, condenado à prisão perpétua em 2003, foi dominado por passageiros de um vôo Paris-Miami, quando tentava provocar uma explosão, em dezembro de 2001.

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