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Cabo de guerra

Intervenção na Ucrânia será “último recurso”, diz o russo Vladimir Putin

Personagens da crise na península da Crimeia – que é parte da Ucrânia, mas tem forte influência russa, etnia numerosa na região –: militares russos, Putin, ativista pró-Rússia e Obama | David Mdzinarishvili/Reuters; Alexei Nikolskiy/Reuters; Vasily Fedosenko/Reuters; Jonathan Ernst/Reu
Personagens da crise na península da Crimeia – que é parte da Ucrânia, mas tem forte influência russa, etnia numerosa na região –: militares russos, Putin, ativista pró-Rússia e Obama (Foto: David Mdzinarishvili/Reuters; Alexei Nikolskiy/Reuters; Vasily Fedosenko/Reuters; Jonathan Ernst/Reu)
Militares apontados como russos trabalham no vilarejo de Perevalnoye, nos arredores de Simferopol, território ucraniano |

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Militares apontados como russos trabalham no vilarejo de Perevalnoye, nos arredores de Simferopol, território ucraniano

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O presidente da Rússia, Vla­dimir Putin, veio a público ontem pela primeira vez desde o aumento da presença militar russa na península da Crimeia para dizer que "ainda" não há a necessidade de usar a força na região autônoma de etnia russa, considerada estratégica para o Kremlin. Apesar da retórica mais amena, a Rússia testou ontem um míssil balístico intercontinental.

Na Crimeia, o primeiro-ministro da região autônoma, Sergei Axionov, disse que a maior parte das tropas ucranianas na região autônoma de maioria russa se rendeu e prometeu lealdade a seu governo. Axionov vai convocar para o dia 30 deste mês um referendo sobre a independência da província.

A jornalistas em Moscou, Putin disse que a Rússia se reserva o direito de intervir na Crimeia como "último recurso".

"Qual pode ser o motivo para o uso das forças armadas? Certamente, um caso extremo", declarou Putin. "Se tomarmos essa decisão, de empregar as forças armadas, será legítima."

Putin disse ainda que não busca um conflito militar com a Ucrânia. "Quero ser bastante claro quanto a isso: se tomarmos uma decisão nesse sentido [de intervir], será para proteger os cidadãos ucranianos", afirmou o presidente. "Estou seguro de que russos e ucranianos estarão do mesmo lado das barricadas, não de lados opostos. Nenhum tiro foi disparado na Crimeia, não havia necessidade disso."

O líder russo ainda reagiu a ameaças feitas pelo governo norte-americano de impor sanções a Moscou em razão da militarização da Crimeia.

"Aqueles que pretendem impor sanções têm de conhecer suas consequências. Num mundo moderno e interdependente, é possível que elas causem dano, mas esse dano pode ser mútuo", alertou. "Nossas ações têm sido absolutamente razoáveis. Qualquer ameaça à Rússia é contraproducente e perigosa."

Preocupação

O presidente dos EUA, Barack Obama, disse ontem que a intervenção de Putin na Ucrânia não é um sinal de força, mas um reflexo da profunda preocupação dos vizinhos da Rússia com a interferência de Moscou. "O presidente Putin parece ter um conjunto diferente de advogados fazendo diferentes conjuntos de interpretações", disse Obama.

Segundo o presidente a­­me­­ricano, o pacote de ajuda tem o objetivo de assegurar que a Ucrânia tenha eleições legítimas que mostrem que o país pode se governar sozinho.

Kerry chega a Kiev com oferta de US$ 1 bilhão

Autoridades dos Estados Unidos afirmam que o país deve oferecer à Ucrânia US$ 1 bilhão em auxílio energético, como parte de um pacote econômico. Ontem, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, chegou a Kiev para se reunir com o atual governo. A garantia de empréstimo pretende suavizar o efeito da redução de subsídios energéticos da Rússia, que não reconhece a legitimidade do novo governo ucraniano e ocupou a Crimeia. O desconto foi retirado pela Rússia sob a alegação de quebra de contrato.

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