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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o ditador da China, Xi Jinping, durante a reunião do G20 em 2016
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o ditador da China, Xi Jinping, durante a reunião do G20 em 2016| Foto: EFE/Juan Carlos Hidalgo

Uma investigação conduzida pelo portal independente russo Viorstka revelou que a Rússia tem contornado as sanções impostas pelo Ocidente após sua invasão à Ucrânia, importando mercadorias proibidas para uso militar através de esquemas envolvendo a China e o território autônomo de Hong Kong.

A reportagem mostrou que centenas de milhões de dólares em tornos, processadores e semicondutores de países do Ocidente têm sido vendidos para Moscou, desafiando as medidas impostas pelos Estados Unidos e pela União Europeia.

De acordo com a investigação, somente nos últimos seis meses, a Rússia importou mais de US$ 502 milhões em chips de empresas ocidentais, que são destinados à produção de mísseis e outras armas.

O Viorstka obteve acesso a dados aduaneiros russos confidenciais e entrevistou pessoas envolvidas na logística das mercadorias e empresários russos que explicaram os esquemas ilegais de suprimento.

"Nossa investigação mostrou que a Rússia pode importar praticamente qualquer coisa de qualquer lugar do mundo, desde um chip de uso civil e militar até uma turbina para um Airbus. Nas tramas através de países terceiros, empresas ocidentais participam, e as autoridades russas contornam com sucesso as sanções europeias e americanas", apontou a investigação do veículo independente.

Dentre as mercadorias importadas ilegalmente, destacam-se tornos para a indústria armamentista, peças de reposição para a aviação civil e iPhones, somando valores de US$ 389 milhões.

A investigação apontou ainda que a maioria dos componentes eletrônicos ocidentais entra na Rússia através de rotas que passam pela China e Hong Kong. Três empresas hongkonesas foram identificadas como fornecedoras de mais de 70 milhões de componentes eletrônicos enviados para a Rússia nos primeiros seis meses de 2023.

Como exemplo, a investigação destacou os mísseis de cruzeiro russos X-101, fabricados pela corporação russa KTRV e usados na Ucrânia. Esses mísseis contêm processadores Intel e chips Xilinx e Texas Instrument, além de um transceptor da Analog Devices Inc.

Entre as empresas ocidentais citadas na reportagem, a Analog Devices Inc, a Xilinx e a Texas Instrument tiveram componentes avaliados em mais de US$ 98, 75 e 38 milhões, respectivamente, passando pelas aduanas russas em seis meses.

A empresa alemã Infineo, maior do ramo de semicondutores em seu país, também foi mencionada na investigação, tendo exportado indiretamente semicondutores para a Rússia no valor de mais de US$ 28 milhões.

Além disso, outras empresas ocidentais, como a Marvell (fabricante de chips), a Cypress Semiconductor e a Amtel, também tiveram mercadorias exportadas para a Rússia, somando valores significativos.

Processadores Intel e AMD chegaram ao território russo, com as compras chegando a cifras superiores a US$ 169 milhões e US$ 35 milhões, respectivamente.

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