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A investigação sobre as relações entre membors da campanha de Trump e agentes russos não encontrou provas de conluio. Photo Alex Edelman / AFP
A investigação sobre as relações entre membors da campanha de Trump e agentes russos não encontrou provas de conluio. Photo Alex Edelman / AFP| Foto: AFP

Um documento enviado ao Congresso dos EUA, neste domingo (24), revela que o procurador especial Robert Mueller não encontrou indícios de que o presidente norte-americano Donald Trump, ou algum membro de sua família, estejam envolvidos em conluio com a Rússia durante as eleições americanas de 2016 ou tenham tentado obstruir a Justiça.

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"A investigação do Conselho Especial não encontrou indícios de que Trump, em sua campanha, ou qualquer pessoa próxima a ele, conspirou com a Rússia para influenciar na eleição presidencial dos EUA em 2016", afirma o resumo de quatro páginas do Procurador Geral William P. Barr.

A equipe de Mueller, no entanto, não deu resposta definitiva sobre se o presidente Trump tentou obstruir a Justiça durante as investigações.

"O Conselho Especial (...) não chegou a uma conclusão sobre se a conduta examinada constitui obstrução", diz a carta do procurador. "O Conselho Especial declara que, 'embora este relatório não conclua que o presidente tenha cometido um crime, também não extingue a possibilidade", diz a carta.

A missão central de Mueller era descobrir se americanos cooperaram com o russos para interferir nas eleições dos EUA de 2016.

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Encontros

Documentos públicos revelam que, ao todo, cidadãos russos tiveram contato com pelo menos 14 pessoas próximas a Trump durante a campanha e a transição presidencial.

Um dos encontros que mais chamou a atenção foi entre um professor de Londres e George Papadopoulos, então conselheiro de política externa de Trump. Segundo documentos apresentados à corte, o professor disse a Papadopoulos, em abril de 2016, que os russos teriam informações 'secretas' sobre a oponente de Trump, Hillary Clinton, na forma de milhares de e-mails.

Mueller também investigou uma reunião, em junho de 2016, na Trump Tower, em Nova York. O filho do presidente, Donald Trump Jr. e o genro dele, Jared Kushner, se encontraram com um advogado russo após ficarem sabendo que informações confidenciais de Hillary estariam sendo oferecidas como parte do apoio do governo russo a Trump.

O advogado, no entanto, disse que não estava trabalhando em nome do governo da Rússia, e Trump Jr. e Kushner disseram que ele não forneceu nenhuma informação sobre Hillary durante a reunião.

Buscando responder à questão do conluio, Mueller também analisou o siteWikiLeaks, que divulgou vários e-mails de democratas que, segundo investigadores americanos, foram roubados por oficiais de inteligência russos.

Acusações

Desde sua nomeação, em maio de 2017, como conselheiro especial, Mueller investigou se o presidente tentou obstruir a justiça quando o FBI começou a investigar pessoas próximas a ele. Funcionários atuais e antigos da Casa Branca foram questionados por investigadores se o presidente comentava ou perguntava sobre a investigação e se procurava substituir altos funcionários do Departamento de Justiça para impedir o processo.

A investigação de Mueller levou a acusações criminais contra 34 pessoas, incluindo seis ex-associados e assessores de Trump.

No sábado (23), autoridades disseram que um desses casos - o do ex-vice-presidente de campanha de Trump, Rick Gates - será encaminhado a promotores federais em Washington. Gates se declarou culpado no ano passado por mentir para o FBI, e continua a cooperar com os promotores enquanto aguarda sua sentença.

Um alto funcionário do Departamento de Justiça disse que a equipe de Mueller não recomenda novas denúncias - uma revelação que animou os apoiadores de Trump, mesmo com mais investigações sobre ele no Departamento de Justiça, no Congresso e no Estado de Nova York.

A investigação do procurador especial foi lançada em 17 de maio de 2017, em um momento de crise para o FBI, o Departamento de Justiça e o país.

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