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A comissão da ONU que investiga a morte do ex-primeiro-ministro do Líbano Rafik al-Hariri solicitou um encontro com o presidente da Síria, Bashar al-Assad, e seu ministro de Relações Exteriores, Farouq al-Shara.

- A comissão já enviou um pedido de entrevista do presidente sírio Assad e do chanceler Shara, entre outros - disse uma porta-voz do grupo de investigação.

Ela informou que os investigadores vão tentar se reunir com o ex-vice-presidente Abdel-Halim Khaddam, o mais rapidamente possível.

Khaddam, que renunciou em julho e vive em Paris, disse numa entrevista à TV que foi ao ar na sexta-feira que Assad ameaçou Hariri meses antes de ele ser assassinado, num atentado a bomba em Beirute, em 14 de fevereiro.

- Assad me disse que dirigiu palavras muito, muito duras a Hariri... Algo como: "Vou esmagar qualquer um que tente nos desobedecer" - disse Khaddam à emissora de TV árabe Al-Arabiya.

Indagado sobre o status legal de Assad e Shara na investigação, uma fonte diplomática da ONU disse que "neste ponto, há apenas um pedido de entrevista".

As autoridades sírias não comentaram de imediato o pedido.

A Síria já negou com veemência qualquer papel no assassinato de Hariri, que se tornara um opositor da presença militar e da forte influência de Damasco sobre Beirute. Uma resolução do Conselho de Segurança da ONU, de outubro do ano passado, ameaçou Damasco de sanções não especificadas, sem o governo sírio não colaborasse com a investigação.

- O que o senhor Khaddam disse corrobora informações que a comissão recebeu e contou e dois relatórios - disse a porta-voz, sem dar detalhes.

Num relatório preliminar divulgado em outubro, a comissão disse que Shara deu falsas informações aos investigadores, descrevendo como amigável uma reunião entre Assad e Hariri, em que várias testemunhas libanesas disseram que o presidente ameaçara o ex-premier. Assad negou a acusação.

O inquérito já implicou autoridades sírias e seus aliados libaneses no assassinato, que desencadeou protestos de massa em Beirute e forçou Damasco a curvar-se à pressão internacional e retirar suas tropas do Líbano após décadas de ocupação, em abril do ano passado.

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