Da esquerda para a direita: o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro de Relações Exteriores iraniano, Manouchehr Mottaki, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, o premiê da Turquia, Tayyip Erdogan, e o ministro de Relações Exteriores da Turquia, Ahmet Davutoglu, dão as mãos em sinal de unidade após assinarem acordo.| Foto: REUTERS/Morteza Nikoubazl

Irã, Brasil e Turquia assinaram um acordo de troca de combustível nesta segunda-feira com o objetivo de acalmar as preocupações internacionais sobre as ambições atômicas da República Islâmica e evitar uma nova rodada de sanções da Organização das Nações Unidas contra Teerã.

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Não estava claro se os termos do acordo, fechados durante negociações entre os líderes dos três países em Teerã, vai satisfazer completamente as potências mundiais, que têm discutido a imposição de novas sanções contra o Irã.

A República Islâmica anunciou que concordou em transferir 1,2 mil quilos de seu urânio de baixo enriquecimento para a Turquia dentro de um mês em troca de urânio mais enriquecido para ser usado num reator de pesquisas médicas.

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Não mais de um ano depois, o Irã receberá 120 quilos de urânio enriquecido em 20% sob um acordo envolvendo o órgão de vigilância nuclear da ONU, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), assim como Estados Unidos, França e Rússia.

"O Irã expressou que está pronto para depositar seu urânio de baixo enriquecimento em um mês. Com base no mesmo acordo o Grupo de Viena deve entregar 120 quilos de combustível necessário para o reator de pesquisas de Teerã em menos de um ano", afirma um comunicado conjunto divulgado pelo site da CNN Turca.

Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã disse que o urânio de baixo enriquecimento do Irã estará sob supervisão da AIEA na Turquia, segundo a estatal Press TV.

O Irã, que diz que seu programa atômico é puramente pacífico e não voltado à fabricação de bombas como suspeita o Ocidente, insistia anteriormente que qualquer troca deveria ocorrer em seu território.

O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, pediu que as seis potências mundiais que vinham discutindo a imposição de novas sanções da ONU contra o Irã, iniciem novas negociações com seu país.

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"Após a assinatura do acordo de troca de combustível nuclear, é hora dos países do 5+1 entrarem em negociações com o Irã baseadas na honestidade, na justiça e no respeito mútuo", disse ele, numa referência aos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU -- EUA, Rússia, China, França e Grã-Bretanha -- mais a Alemanha.

A oferta de mediação feita pela Turquia e pelo Brasil, ambos membros não-permanentes do Conselho de Segurança, era vista como última chance de resolver a disputa e evitar uma quarta rodada de sanções ao Irã.

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