O Irã concederá aos inspetores da Organização das Nações Unidas "acesso gerenciado" a uma mina de urânio e a uma usina de água pesada dentro de três meses, como parte de um acordo fechado nesta segunda-feira (11) com o objetivo de ampliar a transparência do controvertido programa nuclear iraniano.

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O compromisso foi firmado pelo chefe da agência nuclear da ONU, Yukiya Amano, em Teerã, depois que nas conversações mais amplas do fim de semana, em Genebra, o Irã e seis potências nucleares não conseguiram chegar a um acordo para afastar os temores no Ocidente de que o país esteja buscando obter a capacidade de produzir armas nucleares. O governo iraniano nega ter esse objetivo.

Pelo acordo com a Agência Internacional de Energia Nuclear (AIEA), o Irã dará também informações sobre novos reatores nucleares já planejados e os lugares de futuras usinas de energia nuclear, além de esclarecer declarações anteriores sobre novas instalações de enriquecimento de urânio.

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A AIEA e o Irã concordaram em "fortalecer sua cooperação e diálogo com o objetivo de garantir a natureza exclusivamente pacífica do programa nuclear do Irã", afirma um comunicado conjunto divulgado em Viena.

"Está previsto que a cooperação do Irã incluirá, em momento oportuno, a entrega à AIEA de informações sobre suas instalações nucleares e relativas à implementação de medidas de transparência. As atividades serão realizadas de modo gradativo", diz o texto.

Um anexo ao acordo relaciona cinco medidas que serão adotadas pelo Irã nos próximos três meses, incluindo o acesso à mina de urânio de Gchine e ao reator de água pesada de Arak, o que a AIEA já havia pedido várias vezes.

O Irã também prestará informações sobre futuros reatores de pesquisa; dados relativos à identificação de 16 instalações designadas para a construção de usinas de energia nuclear, e esclarecimento sobre anúncios feitos pelo país sobre tecnologia a laser para o enriquecimento de urânio, diz o comunicado.

Há muito tempo a AIEA pedia ao Irã que esclarecesse essas questões, mas até agora o país vinha ignorando o pedido. O Irã diz que está enriquecendo urânio para alimentar uma rede de usinas de energia nuclear já planejadas. Mas sua recusa em interromper atividade nuclear sensível resultou na imposição de dura sanções ao país, tendo como alvo as exportações de petróleo, cruciais para sua economia.

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No entanto, a eleição de um presidente relativamente moderado, Hassan Rouhani, em junho, aumentou a esperança de que a disputa do Irã com o Ocidente por causa de seu programa nuclear, há mais de uma década, possa ser resolvida pacificamente.

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